quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sobre Engenheiras e Mães que Berram

Mudando um pouco o foco, senão vão achar que eu só sei falar de homem (é disso que o povo gosta, eu que sei),hoje estou aqui pra falar de outro assunto, que, invariavelmente também é sobre mim (lógico, e eu vou falar DE QUEM?).

Este ano faço 26, e engoli o gosto amargo da derrota de não ter ouvido minha mãe quando eu tinha apenas 18 anos. Ainda paira no ar o "eu te avisei" característico. Sou formada num curso onde infelizmente minhas chances de emprego na minha atual cidade variam de vendedora de shopping, VM (vitrinista, vai), e gerente de loja. É, eu não consegui ser a estilista que tanto quis, mãe, se um dia você aprender a ligar o computador a primeira coisa que eu espero que você leia é este texto. VOCÊ TINHA RAZÃO E EU SOU UMA IDIOTA por não ter lhe dado ouvidos.

Após quase 3 anos dando murro em ponta de faca, cedi. Resolvi fazer minha segunda faculdade, onde, na minha classe as pessoas fedem a leite, o frescor da juventude que não trabalha e tem tempo de ficar o dia todo no orkut, no msn, fazendo trabalhos enquanto monta um novo fotolog e tudo mais. Sinto uma ponta de inveja e saudades da oportunidade que deixei para trás, quando deveria ter ouvido os berros da minha mãe que eu deveria ser engenheira, ou arquiteta. Pois bem mãe, aqui estou realizando o que você sempre quis, eu vou ser engenheira, porra!

E confesso...que estou amando demais o curso. Ainda não tenho certeza se nasci para isso, mas tenho certeza que, no momento, Engenharia de Produção e tudo que a envolve me atrai muito, e, meu coração dispara quando ouço as palavras "montadora de automóveis" e "plataforma de petróleo". Às vezes penso que, finalmente encontrei o que sempre busquei, realização pessoal e profissional, num curso de exatas, que por muito tempo foi meu ponto fraco.

E eu já tenho 25 anos... vou me formar com 30 anos!

Confesso que o medo bate todos os dias, vou me formar tarde, quando já deveria ter uma boa estrutura financeira. Aliás, eu já deveria estar no mercado de trabalho, e estou aqui, AINDA buscando o que realmente quero da vida, agarrando com todas as forças o que parece ser finalmente o certo, muitas vezes com lágrimas nos olhos, de ser a garota mais velha - porém relativamente popular - da classe.

Não sei como as outras crianças (pessoas com 17 anos são crianças pra mim ok?) me enxergam, mas eu no lugar delas me enxergaria como uma pessoa indecisa, estranha, ou como uma tiazona mesmo. Lembro bem do rostinho da garota da minha frente, quando comentei que tinha deixado as luzes do carro acesas e precisaria descer para apagar. Os olhinhos brilharam "você dirige!", e então eu me lembrei que ela é nascida em 1991, enquanto eu me recordo com clareza das Copas de 1990 e 1994.

Fica o recado: OUÇAM, mas ouçam MESMO, seus pais. Muitas vezes eles berram pra se fazer ouvidos e nós filhos ingratos os enchemos de úlceras fazendo apenas o que nós queremos. Passei anos fazendo tudo ao contrário do minha mãe disse, e olha, parece praga, só quebrei minha cara. Minha resolução de 2009 foi prestar atenção do que a senhora de 1,55m, branca que nem sabão de côco e voz grave tem a me dizer. Às vezes é difícil não fazer o contrário do que ela diz, mas estou tentando, e, por enquanto tem dado muito certo. Mama, eu ainda desejo ser o seu orgulhinho.

manda um e-mail, vai!
heleninha@corporativismofeminino.com

agora com Orkut...
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=11331418238189250417

beijos me liga!

Heleninha.

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