domingo, 8 de fevereiro de 2009

Coloque a princesa dentro de você para dormir (por mais cem anos)


Alguém aqui se lembra da mini-série "Anos Dourados"? Eu amei esta novelinha. Em primeiro lugar porque se passa em uma época a qual eu pertenço em espírito, os anos 50. E em segundo, porque a história simples e ingênua te prende. Sem você perceber.

Começa com o namoro inocente da mocinha Maria de Lourdes, interpretada por uma Malu Mader super menina, com o rebelde Marcos, interpretado por Felipe Camargo. Ele era um pão, como diziam, e o elenco sensacional. Absolutamente do nada, você se envolve na trilha, torce pelo casal - ou não, porque Maria de Lourdes fica chaaaaata - e, quando menos espera, está discutindo sexualidade, o papel da mulher na sociedade, moralismo, religião, separação, traição, profissões, moral e bons costumes... ufa! É surpreendente o que se esconde por baixo de todo o algodão doce dessa mini-série. A maioria dos papos podem ser facilmente entreouvidos na esquina de nossas ruas. É aquele papo que nunca morre, porque não importa o momento que vivemos, são questões muito comuns a todos.

Mas eu tenho o meu favorito. Conversa feminista comigo não rola, até porque sou um poço sem fundo de contradições. Mas não há nada que me irrite mais nas mulheres - e, admito, em mim - do que o maldito Complexo de Cinderela. Algum dia irei escrever um tratado bem-humorado sobre isso, já quis até fazer minha monografia com esta porcaria de tema, só para vocês terem uma noção de como eu penso no assunto.

Em geral, o Complexo de Cinderela é a ambivalência entre a independência e a necessidade de ser amada. É como se as duas necessidades não pudessem existir, surgindo o conflito entre uma e outra. É a dependência emocional, ou seja, o desejo inconsciente de obter cuidados de outra pessoa (necessidade de dependência) e o medo da independência, de ficar sozinha. Queridos e amados leitores, estas linhas acabaram de me desvendar. Não tenho mais nada a esconder. Lembram do texto de sábado? Pois é, esqueçam, não tenho mais nada pra desabafar, NÃO TENHO MAIS MISTÉRIOS (a Drama Queen disse que eu poderia usar drama, já que estou postando no dia dela hehe).

E isso é horrível, meninas. Não só para vocês mesmas, que fundem a cabeça tentando encontrar um porto seguro ou uma rota de fuga, mas para os homens! Meninos, manifestem-se e revelem como é desagradável esbarrar com uma Cinderela wannabe pela vida. Não é divertido tentar estabelecer vínculos com uma pessoa carente, pegajosa e sedenta por atenção. Eu tenho descoberto isso aos poucos, acabei de levar um baque na vida por conta deste desejo de que algo ou alguém chegue e me leve no cavalo branco, transformando, assim, minha história em um conto de fadas.

E todo esse mimimi de princesinha acontece enquanto nós batemos no peito para falar que somos livres e bem resolvidas. "Uuuuh, terei uma carreira e um futuro, não serei como minha mãe que doou sua vida a um homem". Pppffffff. Gar-gan-ta.

Amar faz um bem enorme, espero não estar sendo amarga, mas cuidado galera, sempre vale a pena pedir para alguém conferir se não está na hora de se inscrever no MADA (Mulheres que Amam Demais). E isso vale também para os meninos, porque eu já encontrei alguns mocinhos com uma vocação enorme para Branca de Neve. E vamos combinar uma coisa? Se em algum momento a vida ficar uma droga e você ainda perder seu sapatinho de cristal no grande baile, não fique esperando o príncipe chegar e te resgatar. SAIA E COMPRE UM NOVO. Resolva sua vida e faça compras ao mesmo tempo. Isso é o que eu chamo de terapia.

Eu sempre vou gostar de assistir "Anos Dourados". Não haveria melhor nome para essa série. Mas, Maria de Lourdes que me perdoe, eu prefiro ser a Heloísa, interpretada por Cláudia Abreu, em "Anos Rebeldes". Tanta força e garra que dá inveja. Mas aí é outra série e reclamações para outro texto.

Para chororôs, memórias, crônicas e declarações de amor, mande um e-mail para mim: patsy@corporativismofeminino.com Sério, qualquer coisa. Minha caixa de entrada permanece vaziiiiiia. Ninguém me ama, ninguém me quer. Humpf.

E longe de mim ser uma pessoa que estimula a pirataria, mas fiquei sabendo que os torrents para baixar os Anos Dourados e Rebeldes estão aqui.
Fica a dica.

Besos, besos e boa semana!

Patsy

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