sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A arte do desabafo


Quase ninguém sabe, mas Beethoven foi mais do que um gênio musical. Ele foi um amante. Não no sentido obsceno da palavra, mas, sim, uma pessoa que ama. Ninguém sabe exatamente quem era essa amada, mas ele deixou três cartas em seu testamento como uma pequena referência. A "amada imortal", como Beethoven a chamou, foi uma paixão secreta e, veja bem, quem nunca teve uma? Quantas vezes não declaramos ao mundo que nosso coração estava repleto de amor por alguém?
Não há nada de errado em amar. Amar faz bem, lava a alma e nos deixa bobo. E não é erro algum guardar algo apenas para nós mesmos. Revelar esse enorme amor, apenas no momento certo, seja ele qual for. Afinal, cada um tem seu tempo.
Pode ser uma carta. Talvez um rabisco em um pedaço de papel que nunca chegará a seu destinatário. Mas guardar segredos faz bem. Não é um erro. Não precisamos desnudar-mos para o objeto de nossa afeição a ponto de sermos previsíveis. E isso não serve apenas para o amor carnal, digamos. Isso pode se aplicar ao amor fraternal. Ou ao amor familiar. Amor é uma palavra que abrange muitas sensações e sentimentos que, talvez, não seremos capazes de explicar. Mas sentir e revelar estas sensações e sentimentos para nós mesmos faz bem. Não há nada mais desangustiante (oi, inventei uma palavra) do que virar para um espelho e contar seus segredos mais íntimos. Ou manter um diário, como nós, meninas, fazíamos, na adolescência.
Por outro lado, Beethoven não viveu em nossos tempos. Quem dera soubesse ele que ajuda - tanto - desabafar em um texto publicado em um blog como este. Quem dera soubesse ele que faz bem ter a certeza que suas angústias e amores são normais à existência humana.
Vamos lá pessoal, todos temos amores, paixões, medos e falhas. Mas guardar tudo no peito dói. Como dói. Vamos exercitar o bom uso do desabafo, não só para desalojar um peso do peito, mas, também, para compartilhar experiências.
E é isto o que mais me faz gostar do Corporativismo Feminino. Aqui temos um espaço para desabafar o que nos aflige ou nos faz feliz. Vamos exercitar o bom uso da palavra. Não só como literatura e informação, mas como válvula de escape.
Gente, adoro esse espaço aqui, viu?
E deixo com vocês uma das cartas de Beethoven. Nunca achei uma tradução decente, então se esforcem no inglês. Eu juro, essa carta enche o coração.

Good morning, on July 7
Though still in bed, my thoughts go out to you, my Immortal Beloved, now and then joyfully, then sadly, waiting to learn whether or not fate will hear us - I can live only wholly with you or not at all - Yes, I am resolved to wander so long away from you until I can fly to your arms and say that I am really at home with you, and can send my soul enwrapped in you into the land of spirits - Yes, unhappily it must be so - You will be the more contained since you know my fidelity to you. No one else can ever possess my heart - never - never - Oh God, why must one be parted from one whom one so loves. And yet my life in V is now a wretched life - Your love makes me at once the happiest and the unhappiest of men - At my age I nedd a steady, quiet life - can that be so in our connection? My angel, I have just been told that the mailcoach goes every day - therefore I must close at once so that you may receive the letter at once - Be calm, only by a clam consideration of our existence can we achieve our purpose to live together - Be calm - love me - today - yesterday - what tearful longings for you - you - you - my life - my all - farewell. Oh continue to love me - never misjudge the most faithful heart of your beloved.
ever thine
ever mine
ever ours

Para comentários, dúvidas e declarações de amor, mandem um e-mail para patsy@corporativismofeminino.com. Mesmo, mandem. Qualquer coisa. Eu acabei de ganhar este e-mail e a caixa de entrada está vaziiiiia hahahahah

Até breve. Mas não esqueçam de desabafar. De qualquer forma.

Besos, besos e bom fim de semana.

Patsy

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