
Ser uma boneca inflável é difícil. Claro, existe uma pessoa aqui embaixo dessas curvas (hum, delícia) mas meu coração se parte ao ver cada dia mais, que escolhi a personagem certa para ser no blog da CF. Modéstia a parte, estou no auge da beleza, tenho 25 anos nas costas e passo muitas vezes por alguém de 17, ai de mim se sair sem documentos, não me vendem bebida, não entro em lugar algum (meu truque para juventude eterna é cerveja e mojito, fik la dik).
A parte ruim, não estou mais na idade de querer conhecer gente superficialmente. E é assim que muita gente quer me conhecer, apenas como um rostinho bonito enfiado num vestidinho bacana, uma boneca que se tem o prazer de desfilar, dar uns beijos e, quando enjoar, guardar na caixa de novo. Estou passando por isso neste momento. E olha, é DIFÍCIL. Dói, demais. Não é o medo da rejeição em si, é saber que não passo de um fantoche, que deve sempre estar disponível para quando seu dono atual quiser brincar um pouco.
Fico chateada pela pessoa sequer se dar ao trabalho de me conhecer direito, pôr empecilhos imbecis para evitar sair comigo (coisas como, quero dormir, tô cansado, ah o filme que a gente vai ver é muito longo, ah eu gosto de chegar do trabalho e dormir antes, depois a gente sai, ah mas hoje, bom, hoje eu marquei com meus amigos, não pode ser amanhã?). Não, não pode ser amanhã. Não suporto incoerência, gente que me diz que gosta de ser paparicado e chamado pra sair e toda vez que eu animo alguma coisa a pessoa não pode! NUNCA PODE! Eu não suporto a sensação de estar em banho-maria, participando de algum jogo estúpido onde eu não consigo jogar. Não suporto a sensação de ser apenas o troféu interessante que todos querem conquistar mas apenas um leva. E, finalmente, não suporto esperar 40 minutos, toda produzida, porque cada vez que vamos sair é um atraso novo, uma desculpa nova. Não suporto e não mereço.
Nenhuma mulher merece ser enrolada. Eu sou a favor de tudo às claras. Prefiro uma verdade cortante à qualquer mentira enfeitada. Tenho a sensação nítida de ver meu coração fora do corpo, pisoteado por desculpinhas floreadas, que minha bondade sempre perdoa. Não, eu não mereço. Bem, talvez eu mereça, por ter passado os últimos quarenta dias na sua mão, esperando qualquer sinal de afeto seu. Eu queria me apaixonar, e, por azar você foi o primeiro que apareceu na minha frente. Ganhou minha paixão, e eu... eu não ganhei nada. Ganhei um "eu não quero namorar agora, me desculpe". Mentira, você nem mesmo pediu desculpas. Ganhou minhas lágrimas e eu nem mesmo ganhei um abraço. A gente não se conhece direito, você sempre diz, mas é um pouco culpa sua, você não me deu oportunidade de mostrar quem eu era e preferiu se esconder atrás de um discurso "sou livre e faço o que eu quero, sou mandão" à me mostrar quem você realmente era. É. Não deu mesmo pra te conhecer.
Pois bem, resolvi levantar do teatro de bonecos, cortar a corda, e te deixar brincando sozinho. Não sabe brincar os hominho (no caso, a boneca inflável) vão embora.
Simples assim.
me ama?
me tetesta?
e-mail:heleninha@corporativismofeminino.com
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