Tudo começou na 5ª série, ele sentava atrás de mim pra olhar minha bunda, coisa que só me confessou anos mais tarde. Um dia, indo embora, ele disse “oi”, e foi aí que descobri que morávamos no mesmo bairro. Desse dia em diante passamos a voltar da escola quase sempre juntos.
Alguns anos passaram, ele se tornou o garoto mais popular do colégio, eu não fiquei para trás, mas ele era A Sensação. No entanto, nem me passava pela cabeça gostar dele.
Mais um tempo se passou, mudei de cidade. Um ano depois eu voltei, e, nossa, como ele tinha crescido! Continuava lindo, e havia substituído os brinquedos por garotas, trocava sempre que aparecia uma nova.
Por ironia, me apaixonei por um grande amigo dele, até namorei. E então nossa amizade infantil evoluiu. Ele não me olhava mais como antes. Ele se tornou meu melhor amigo, foi ele que me consolou quando o namoro com o amigo dele terminou, foi ele que me consolou quando eu chorava de saudade da minha mãe, foi ele que me disse que tudo ficaria bem sempre.
E também foi ele que um dia virou pra mim e se disse interessado pela minha amiga. Eu não estava apaixonada por ele. Ele estava por mim, eu não sabia. Jeito estranho de demonstrar: “oi, eu gosto de você, posso ficar com sua amiga?”. Mas enfim, ficaram, namoraram, terminaram. E tudo voltou a ser como antes, só ele e eu.
E num desses dias de amigos forever, perdi minha virgindade com ele. Por incrível que pareça não nos sentimos constrangidos depois. Só que uma coisa havia mudado: eu estava apaixonada. E antes que eu pudesse tentar disfarçar ou demonstrar esse sentimento, fui surpreendida por um “estamos namorando”. Em uma festa de um amigo nosso, chegamos juntos, e o tal amigo se interessou por mim, quando ele percebeu o interesse, pegou minha mão e disse para o garoto “estamos namorando”. Como assim eu estava namorando? Eu nem disse que queria! Mas ahhh como eu queria! Simplesmente estávamos namorando então.
Não sei se foi a melhor ou a pior a coisa da minha vida, mas foi intenso. Era um namoro adolescente, apaixonado, possessivo. Passava o dia pensando nele, e mesmo com meses e mais meses de namoro continuava com aquele friozinho na barriga toda vez que o via. Foi no auge dessa paixão que ele me disse a primeira vez: “você vai casar comigo, não interessa quantas vezes teremos que terminar e voltar, ou quanto tempo teremos que esperar”. Nada podia ser melhor que isso, nada.
Terminamos, eu amadureci e ele parecia ter ficado pra trás. Voltamos, terminamos. Voltamos, terminamos. Voltamos, terminamos.
Conheci outro, e mais outro, e mais outro, namorei um aqui outro acolá, ele tinha ficado para trás, nossos encontros eram apenas casuais. Não dormia mais pensando nele. E todos os outros despertavam um lado diferente meu, eu gostava disso.
Um dia recebi um e-mail dele falando que sua família estava indo embora e ele iria junto, mas que ficaria se eu dissesse que ainda o amava. Como depois de tanto tempo ele ainda podia fazer isso comigo? Mexer com meus sentimentos desse jeito! Como ele se atrevia? Eu estava bem sem ele!
Nos encontramos, conversamos, e sim, voltamos. Ele estava diferente, mais sensato, menos infantil, levando as coisas mais a sério. Eu só não sabia que era tão a serio. O tempo realmente muda as pessoas, e um bom tempo tinha se passado. Ele me pediu em casamento, eu recusei. Ele não desistiu, recusei duas, três, quatro vezes! Ora, não pretendia me casar, não assim, tão cedo.
Ficamos, pela primeira vez, meses estáveis, não era um mar de rosas, mas era um relacionamento de dar inveja sim. Cometi erros imperdoáveis, mas ele esteve ao meu lado firme e garantindo que a única coisa que queria é que ficássemos juntos de vez. Me rendi.
Não podia ser uma época melhor, as coisas estavam indo muito bem, nos divertíamos mais, conversávamos mais, amávamos mais. E então, ele recebe uma ligação, maldita ligação! Era o pai dele. Havia uma oportunidade de emprego única: assumir parte dos negócios da família, ele ganharia muito mais do ganhava aqui (e por sinal, ele só estava aqui por causa de quem?! Pois é!), mas isso exigia que ele mudasse para outra cidade, outro estado. Foi aí que tudo desabou.
Ele tinha uma semana para aceitar/recusar a proposta e deveria se mudar no mês seguinte, caso aceitasse. Ele tentou de todas as maneiras me convencer a ir com ele, afinal, estávamos noivos! Tentou não me pressionar, mas não havia opção, então começou a jogar na cara tudo que já fez por mim. Eu fiquei balançada. Pensei, analisei todos prós e contras.. e decidi. Resolvi ficar, se ele gostasse mesmo de mim, desistiria da “proposta irrecusável”.
Não foi bem por aí que tudo aconteceu. Eu fui um tanto egoísta ao pensar SÓ em mim: EU que não queria transferir meu curso para outra faculdade, EU que não queria deixar meus amigos para trás, EU que não queria ficar meses sem ver meu pai, EU que não queria ter que aturar a família nariz empinado dele, EU que não queria deixar o orgulho de lado e dizer que sim por causa de um macho. Mas e ele? O quanto isso seria bom para ELE? Não, nem pensei. Não quis sequer pensar em pensar nele.
Contei que não iria, falei que dava todo meu apoio e que jamais exigiria que ele ficasse por minha causa (mentira, no fundo eu torcia para que ele largasse tudo MAIS UMA VEZ e ficasse só por mim). Ele tentou entender meu lado, mas não conseguiu, me chamou de egoísta, disse que o mundo não gira em torno de mim, e que vida boa exige sacrifícios.
Ele não ficou por mim, se despediu dizendo: “Tentei, Drama Queen. Só Deus sabe o quanto eu tentei. Mas se você não pode fazer isso por nós, eu não posso mais abrir mão de tudo por você”.
Nossa felicidade e planos foram destruídos em menos de um mês. Maldita ligação.
Não sei como ele está ao certo, evito todas as formas de manter contato, algumas vezes recebo uma sms, raramente uma ligação. O que sei é que ele está rico, cercado de gente bonita e esnobe.
E quanto a mim?
Espero ansiosamente o dia em que ele vai aparecer na minha porta dizendo que voltou porque não agüentou a saudade, que quer todos os nossos planos de volta, que quer toda nossa felicidade de volta, e que não vive sem mim.
Sonhar não custa nada...
Alguns anos passaram, ele se tornou o garoto mais popular do colégio, eu não fiquei para trás, mas ele era A Sensação. No entanto, nem me passava pela cabeça gostar dele.
Mais um tempo se passou, mudei de cidade. Um ano depois eu voltei, e, nossa, como ele tinha crescido! Continuava lindo, e havia substituído os brinquedos por garotas, trocava sempre que aparecia uma nova.
Por ironia, me apaixonei por um grande amigo dele, até namorei. E então nossa amizade infantil evoluiu. Ele não me olhava mais como antes. Ele se tornou meu melhor amigo, foi ele que me consolou quando o namoro com o amigo dele terminou, foi ele que me consolou quando eu chorava de saudade da minha mãe, foi ele que me disse que tudo ficaria bem sempre.
E também foi ele que um dia virou pra mim e se disse interessado pela minha amiga. Eu não estava apaixonada por ele. Ele estava por mim, eu não sabia. Jeito estranho de demonstrar: “oi, eu gosto de você, posso ficar com sua amiga?”. Mas enfim, ficaram, namoraram, terminaram. E tudo voltou a ser como antes, só ele e eu.
E num desses dias de amigos forever, perdi minha virgindade com ele. Por incrível que pareça não nos sentimos constrangidos depois. Só que uma coisa havia mudado: eu estava apaixonada. E antes que eu pudesse tentar disfarçar ou demonstrar esse sentimento, fui surpreendida por um “estamos namorando”. Em uma festa de um amigo nosso, chegamos juntos, e o tal amigo se interessou por mim, quando ele percebeu o interesse, pegou minha mão e disse para o garoto “estamos namorando”. Como assim eu estava namorando? Eu nem disse que queria! Mas ahhh como eu queria! Simplesmente estávamos namorando então.
Não sei se foi a melhor ou a pior a coisa da minha vida, mas foi intenso. Era um namoro adolescente, apaixonado, possessivo. Passava o dia pensando nele, e mesmo com meses e mais meses de namoro continuava com aquele friozinho na barriga toda vez que o via. Foi no auge dessa paixão que ele me disse a primeira vez: “você vai casar comigo, não interessa quantas vezes teremos que terminar e voltar, ou quanto tempo teremos que esperar”. Nada podia ser melhor que isso, nada.
Terminamos, eu amadureci e ele parecia ter ficado pra trás. Voltamos, terminamos. Voltamos, terminamos. Voltamos, terminamos.
Conheci outro, e mais outro, e mais outro, namorei um aqui outro acolá, ele tinha ficado para trás, nossos encontros eram apenas casuais. Não dormia mais pensando nele. E todos os outros despertavam um lado diferente meu, eu gostava disso.
Um dia recebi um e-mail dele falando que sua família estava indo embora e ele iria junto, mas que ficaria se eu dissesse que ainda o amava. Como depois de tanto tempo ele ainda podia fazer isso comigo? Mexer com meus sentimentos desse jeito! Como ele se atrevia? Eu estava bem sem ele!
Nos encontramos, conversamos, e sim, voltamos. Ele estava diferente, mais sensato, menos infantil, levando as coisas mais a sério. Eu só não sabia que era tão a serio. O tempo realmente muda as pessoas, e um bom tempo tinha se passado. Ele me pediu em casamento, eu recusei. Ele não desistiu, recusei duas, três, quatro vezes! Ora, não pretendia me casar, não assim, tão cedo.
Ficamos, pela primeira vez, meses estáveis, não era um mar de rosas, mas era um relacionamento de dar inveja sim. Cometi erros imperdoáveis, mas ele esteve ao meu lado firme e garantindo que a única coisa que queria é que ficássemos juntos de vez. Me rendi.
Não podia ser uma época melhor, as coisas estavam indo muito bem, nos divertíamos mais, conversávamos mais, amávamos mais. E então, ele recebe uma ligação, maldita ligação! Era o pai dele. Havia uma oportunidade de emprego única: assumir parte dos negócios da família, ele ganharia muito mais do ganhava aqui (e por sinal, ele só estava aqui por causa de quem?! Pois é!), mas isso exigia que ele mudasse para outra cidade, outro estado. Foi aí que tudo desabou.
Ele tinha uma semana para aceitar/recusar a proposta e deveria se mudar no mês seguinte, caso aceitasse. Ele tentou de todas as maneiras me convencer a ir com ele, afinal, estávamos noivos! Tentou não me pressionar, mas não havia opção, então começou a jogar na cara tudo que já fez por mim. Eu fiquei balançada. Pensei, analisei todos prós e contras.. e decidi. Resolvi ficar, se ele gostasse mesmo de mim, desistiria da “proposta irrecusável”.
Não foi bem por aí que tudo aconteceu. Eu fui um tanto egoísta ao pensar SÓ em mim: EU que não queria transferir meu curso para outra faculdade, EU que não queria deixar meus amigos para trás, EU que não queria ficar meses sem ver meu pai, EU que não queria ter que aturar a família nariz empinado dele, EU que não queria deixar o orgulho de lado e dizer que sim por causa de um macho. Mas e ele? O quanto isso seria bom para ELE? Não, nem pensei. Não quis sequer pensar em pensar nele.
Contei que não iria, falei que dava todo meu apoio e que jamais exigiria que ele ficasse por minha causa (mentira, no fundo eu torcia para que ele largasse tudo MAIS UMA VEZ e ficasse só por mim). Ele tentou entender meu lado, mas não conseguiu, me chamou de egoísta, disse que o mundo não gira em torno de mim, e que vida boa exige sacrifícios.
Ele não ficou por mim, se despediu dizendo: “Tentei, Drama Queen. Só Deus sabe o quanto eu tentei. Mas se você não pode fazer isso por nós, eu não posso mais abrir mão de tudo por você”.
Nossa felicidade e planos foram destruídos em menos de um mês. Maldita ligação.
Não sei como ele está ao certo, evito todas as formas de manter contato, algumas vezes recebo uma sms, raramente uma ligação. O que sei é que ele está rico, cercado de gente bonita e esnobe.
E quanto a mim?
Espero ansiosamente o dia em que ele vai aparecer na minha porta dizendo que voltou porque não agüentou a saudade, que quer todos os nossos planos de volta, que quer toda nossa felicidade de volta, e que não vive sem mim.
Sonhar não custa nada...
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Drama Queen está de volta!
Para recados de consolo, telefones de gatos sarados, solicitação de endereço para envio de presente de natal e afins: dramaqueen@corporativismofeminino.com
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ResponderExcluirLindo e profundo :)