quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Desaniversários adolescentes OU o Meu aniversário

Antes que eu comece o texto, quero antecipar que irei ignorar perguntas como “Quantos anos você completou?”. Sejamos agradáveis e elegantes, senhoras e senhores. Entendam, até 20 anos é bonito exaltar e até pôr velinhas no bolo para escutar “... não parece 20, tem carinha de 15!”.

Nasci em 30 de janeiro de 1980. Não espalhem. E, como boa aquariana, sempre comemorei meus aniversários com muitos amigos ao lado, quer dizer, exceto na adolescência. Aniversários nesta fase eram fúnebres. Adolescentes são coisas extraterrenas. Eu costumava me trancafiar no quarto e só sair de lá no dia 31 de janeiro e, claro, sem atender telefonema nenhum.

Como sabem, abreviei minha adolescência por parir no seu auge e tentei a todo custo recuperar o tempo perdido. Foram 5 anos sem comemorar meu aniversário para não trair o movimento, caríssimos. Então, houve uma seqüência de bolos enfeitados com motivos da she-ra, pucca e o diabo a quatro aos 23 anos em diante. Sem pudor, com direito a chapeuzinho e caretas em fotos. Com direito a cantar “Com quem será, com quem serááá...”. É muito light não carregar mais a adolescência nas costas, depois que ela passou, notei que 10 cm foram acrescidos à minha altura. E não foi só graças à substituição de um all star por um scarpin.

Fui uma adolescente típica. Aquela que sente mal com o corpo e que anda corcunda por se achar mais alta que suas amigas. Aquela que ouve músicas depressivas e visualiza mil maneiras de morrer sem dor, claro. Aquela que quando uma visita adentrava seus portões, ficava reclusa e até passava fome para não dizer “oi”. Aquela que se apaixona pelo melhor amigo e não tem coragem de revelar o fato para o sujeito, mesmo que ele dê demonstrações cretinas. E, claro, como uma adolescente típica EU SABIA TUDO - Era só perguntar.

O resumo da adolescência, ao menos para MIM, é um só: BURRICE. Muitos anos perdidos, sendo alguém arredio, recluso e distante. Uma vida resfolegante, com palpitações supérfluas. Um quê de tristeza sem fundamento. Fui muito tola, muito tempo desperdiçado em conversas cretinas, muitos anos perdidos me escondendo, abafando minha vida, evitando escolhas. Ok, você está dizendo “Se não fosse assim... Não seria adolescência!”. E é mesmo, por isso o resumo é BURRICE.

Quando meu filho for adolescente, talvez eu trace um patamar de quão imbecil sua mãe foi e ele ria de tudo e faça igual – ou pior. Não dizem que as pessoas precisam passar por todas suas fases para que não brinquem de boneca num momento inoportuno? Pois bem, que sejam depressivos e se mal-digam nos seus 16 anos. Ninguém tem nada a ver com isso!

Hoje quero comer muitos brigadeiros, tomar meu saquê com morango e lacrimejar quando pedirem para eu soprar as velinhas... Afinal, agora não preciso provar pra ninguém que cresci.

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