segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Convivendo com a dor – Parte II



Sabemos que a dor é um aspecto constante no nosso universo. Muito já foi falado sobre a tão dolorosa depilação feminina. Isso mesmo, aquelas as sessões de tortura chinesa que nos submetemos através das mãos e da cera impiedosa da Ana, da Maria, da Joana, da Rosa, da Pê ou seja lá quem for sua depiladora. Elas não hesitam, fato. Às vezes tenho impressão de que a qualquer momento minha alma se desligará do meu corpo indo para o lixo junto com aquele celofane despretensioso. Mas como já disse, esse é um assunto batido. Passemos para o próximo: o salto alto.

Essa é uma relação curiosa. Sim, daquelas de amor e ódio (eu sei, essa expressão é muito clichê). A fascinação que o salto exerce sobre a maioria dos homens é até que relativamente fácil de se explicar: eles são homens e fantasiam com QUASE tudo.

Sabe a Barbie, a boneca? Bumbum empinado, músculos contraídos, postura elegante. É esse o resultado que se alcança (ou pelo menos aquele que se busca) quando subimos no andaime. A diferença é que a Barbie é de plástico e já nasceu de salto. Seu glamour é imbatível. E então me diz: que homem que não curte uma Barbie Girl?

Mas e as mulheres? Ah...para as mulheres “ecxistem” outros fatores. O scarpin é praticamente um instrumento de poder. E aqueles de salto agulha altíssimos, finíssimos? Para se conquistar o mundo é obrigatório usar um daqueles! Digo por experiência própria. Quando tenho alguma reunião difícil no escritório já calço meu scarpin do poder e lá vou eu. Juro que me saio melhor se estiver com um sapato desses.

É inegável que todas as alterações posturais que o salto alto causa revelam parte da força sexual feminina. Podemos chamar então de amostra grátis? Hahahha

Mas como tudo tem um preço, aqui não poderia ser diferente. Alguns passos além do previsto, uma fila, algumas horas em pé dentro de um scarpin podem ser fatais. São calos, bolhas, esparadrapo e band-aid para todo lado. E nem ouse descalçar essa desgraça! Garanto que você não consegue colocar de novo e terá que voltar descalça e de táxi para casa. E esses são só alguns dos efeitos imediatos!

As almofadinhas dos pés vão para o beleléu (cadê a droga da gordura que absorve o impacto??), as costas doem horrores, você já não sente mais seu dedo mindinho e os polegares parecem prestes a quebrar (isso se já não quebraram).

Juro, da última vez liguei chorando para meu pai me buscar (ridículo! haha). Isso já faz uns bons meses e até hoje não me recuperei totalmente. Se não fosse a moda das sapatilhas, não sei o que seria de mim! (e nem de 90% das mulheres de São Paulo. Refiro-me a São Paulo porque é onde vivo, mas acredito que a sapatilha da salvação assolou o país todo)

Confesso meninas, essa batalha eu perdi. Comprei um sapato novo há uns 3 meses e ainda não reuni forças para encará-lo. Não tenho mais coragem de escangalhar meus pobres pés como daquela vez.

E como vocês me explicam o fato da Dona Moça aqui babar feito cachorro na sua televisão de padaria quando passo em frente de uma loja de sapatos? Mulher é assim mesmo, vezes frágil, vezes protagonista do “Duro de Matar” ou de “Xena, a Princesa Guerreira”. E de uma teimosia “felomenal”

Sim. Dói, incomoda, te acaba mas você continuará usando com sua melhor cara de paisagem porque é um looosho. Ninguém precisa saber que você está com os pés praticamente em carne viva logo às 11h da manhã. Se tiver que mancar, manque com “dignidady”.

M.E.L

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