quarta-feira, 23 de julho de 2008

No Fundo do Poço Tinha uma Mola

Não sei exatamente o porquê, mas tenho certeza que, pras mulheres, é muito mais fácil assumir fraquezas do que para os homens. Assumir uma fraqueza não é, simplesmente, aceitar que se tem aquela limitação – e dar o processo encerrado por aí -, mas buscar transformar ela num potencial, ou, ao menos, fazer com que ela não prejudique futuras possibilidades.

Já leram uma revista masculina? Se tem uma coisa que as editoras deste tipo de revista devem odiar, é a palavra “comportamento”. Prestem atenção. Nas páginas, fotos de carros turbinadíssimos e com aquela roda importada linda – prontinhos para os leitores saírem dirigindo por aí. Mulheres estonteantes seminuas/nuas, deitadas numa cama box-king-king-king-size – só falta a plaquinha de “estou te esperando, gato”. Já viram uma seção de “como se curar do trauma de uma broxada” ou “porque meus colegas sobem na empresa e eu não”? E relatos do tipo “vi minha mulher na cama com outro, mas superei” em uma seção do tipo “A Vida do Leitor”? Pois é, nem eu.

Agora, comparem com uma revista feminina: “Cabelo de praia: um penteado fácil para depois do mergulho” (porque é sabido que, a maioria de nós, sai da água com o cabelo escorridíssimo parecendo crina de cavalo), “Moda astrológica: a roupa certa para cada signo” (porque, por mais que sejamos ótimas em moda, dicas sempre são válidas), “Muito linda: como se livrar de vez das espinhas”, “Fossa: como se curar da tristeza em 10 passos”. Isso sem contar os inúmeros relatos de “Engravidei aos 15 anos”, ou “De faxineira, me tornei gerente executiva”. É engraçado, mas, no que tange à assumir fraquezas, nós nos mostramos mais “cabeça-aberta”. Não temos problemas em falar sobre, desde que cheguemos à alguma forma de melhorá-lo. Às vezes, não falamos sobre com nossos homens (o que é absolutamente aceitável), mas aí, temos milhões de alternativas pra recorrer: amigas, mães, revistas femininas...

Se mostrar impotente diante de algo, é, antes de tudo, se mostrar forte. Forte pra assumir o que há de errado, forte para enfrentar com a cabeça erguida (e de salto alto). Por isso, da próxima vez que seu macho se perder por não querer parar e pedir ajuda, lembre-se: nós somos do time que tem todas as chances do mundo, por natureza, pra que isso nunca aconteça.

Ch.


6 comentários:

  1. Realmente viu! Eu aprendi isso na marra. Tem momentos que o único meio de resolver um problema é assumindo que se tem um!

    Bem vinda, Ch.

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  2. Pois é, se escondem TANNNTO, se preservam TANNNNNTO que passam a morder a fronha na surdina.

    Zin

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  3. Pois é, duvido homem assumir fraquezas dos tipo:

    "tenho medo de mulher na chefia"
    "Não sei se consigo satisfazer minha esposa"
    "Já broxei várias vezes"

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  4. ah.. também e quem gosta de homem chorão???

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  5. Hahahaahhahahah, concordo com a Carine, quem gosta de homem chorão???...

    Em alguns momentos realmente é desejável e esperado que eles não sejm fracos, afinal, alguém tem que ceder o lenço quando nós mulheres estamos chorando (rs).

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  6. Questão de conceito. Eu não gosto de homem chorão.

    Mas acho que existem formas dignas de se assumir a própria fraqueza.

    Tenho raiva de mim mesma por não me beneficar desse bônus feminino. Mulher que demonstra fraqueza se torna cativante aos olhos do homem. Eu não sei fazer isso, eu sempre banco o machão... seria tão mais fácil piscar os cílios e chorar...

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