segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Felicidade é pouco.



Disseram-me que eu não tenho problemas, que os motivos para meus momentos infelizes são todos criados por mim, que quando tudo está bom, eu dou um jeito de estragar, que tudo isso porque eu não sei ser feliz, não vivo sem drama.

Sabem o que é pior do que levar um sermão? Levar um sermão e ver que tudo é verdade.

Ainda estou tentando assimilar essa nova verdade. Quando as coisas vão bem, eu saboto. E analisando agora, eu tenho feito isso minha vida inteira.

Tentando entender, fui lembrando cada momento em que as coisas não estavam bem, e, realmente, boa parte desses momentos eu que causei toda a tristeza.

Sem dúvida alguma, o que mais sabotei foram meus relacionamentos. Em todos eles eu fiz algo só pra ter uma briga. Meu antigo relacionamento, por exemplo, foi um dos melhores que tive, mas as coisas iam sempre tão bem que eu causava um ciuminho aqui, dava um piti ali.

Lembro-me bem de uma vez, nós estávamos em estados diferentes, uns amigos meus estavam dando uma festa, ele não gostava de metade desses meus amigos (com justo motivo), assim como eu não gostava de metade das amigas dele, sempre respeitávamos isso, ou seja, eu não deveria ir à festa. Eu fui. Ele ficou sabendo. Eu menti descaradamente pra me safar, ele deixou pra lá, mas gerou um desconforto por dias. Se eu fui simplesmente porque estava com vontade? Não, eu fui porque estava cansada de tudo indo tão bem. Funcionou, brigamos.

Sabem como esse mesmo relacionamento acabou? Porque estava tudo muito bom novamente, e aí eu resolvi que não precisava dele pra nada e pedi um tempo. Eu gostava dele, mas ele não precisava ter certeza disso, tinha que ter uma ponta de insegurança. Tinha que ter! Ele aceitou o tempo numa boa, mas foi tão numa boa que isso não me bastou, eu terminei. Ele ficou arrasado, finalmente! Eu também fiquei. Sofri um tempo até superá-lo, e superei! Superei um dos meus melhores namorados.


Foram várias e várias situações. Só enxergo isso agora. É involuntário. Não consigo ser feliz, é pouco. Tenho que estragar tudo, quebrar a cara, superar, e então me sentir bem, e olhe lá!

O mais estranho é que conheço várias pessoas assim, sempre as achei incoerentes, será que elas já descobriram essa dependência bizarra?

Tudo ficou tão claro depois do sermão, às vezes a gente precisa de um tapa na cara pra acordar. Se eu vou tentar mudar e a alegria vai ser suficiente de agora em diante? Provavelmente não, a felicidade nunca me bastou.

Fazer o quê?! Não vivo sem o drama.


Drama Queen.

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