segunda-feira, 20 de abril de 2009

Going to try with a little help from my friends

Eu nunca entendi muito bem o processo de nascimento das amizades duradouras. Na minha vida, algumas chegaram com prazo de validade. A minha melhor amiga de infância, Mariana, morava no meu prédio. Das brincadeiras de Barbie e Pogobol - oi, sou velha - às confissões mais íntimas, como a paixão platônica da vez, ela era a única que realmente me compreendia. Isso se estendeu da mais tenra infância ao segundo grau, quando ela descobriu que eu não era tããão legal assim e arrumou novos amigos. E uma nova melhor amiga, também.

Ainda no colégio, existiu a Camile, que compartilhava minhas paixões por desenhos japoneses idiotas e pelo Rodrigo. Eu era mais bonita que ela e isso me dava uma garantia de que, se nós duas fossemos as últimas representantes do sexo feminino na Terra, pelo menos, ele me escolheria. Eu acabei ficando com ele anos mais tarde, mas isso é papo pra outro post.

Em seguida, apareceu a Carmen e nós éramos como unha e carne. Experimentamos novas coisas juntas e dividimos rapazes. Ela fez minha adolescência mais divertida, pelo simples fato de ser muito parecida comigo e questionar as mesmas e complexas questões da juventude. Mas a formatura chegou e ela também se foi, em um mar de intrigas e briguinhas tão comuns à idade.

O amigopravida surgiu também na escola, quando Arquivo X era o melhor seriado do mundo - sempre será - e nossas piadas durante as aulas incluíam sons de animais e a eventual destruição de algumas mesas e cadeiras. Tudo muito sadio. Pip, seu apelido carinhoso que eu demorei para aceitar, nunca saiu da minha vida. A gente se afasta de tempos em tempos, porque a vida não permite encontros semanais. Mas o que o cotidiano corrido separa, a internet reúne. Estão aí algumas tardes/noites extremamente alcoólicas para provar.

Depois disso, entrei na faculdade e conheci a Scheylla. Apesar de dez anos mais velha e casada, encontrei nela um porto seguro. E, na verdade, nós não tínhamos muito em comum além da opção de carreira. Ela era super perua e eu punk de botique. Ela gostava de nights bombantes, nas boates do momento, e eu curtia um barzinho ou um show underground. Ela gostava de comentar os detalhes dos homens bonitos nas ruas e eu estava cega de amores por um amor distante. Ela fumava cigarro mentolado e eu destruía minha saúde com o Marlboro vermelho. Mas, ainda sim, ela é uma das minhas melhores amigas até hoje, mesmo morando no Espírito Santo. E ainda coloca minha disposição para a farra no chi-ne-lo, impressionante.

Quando iniciei a segunda faculdade, achei que meu histórico de amizades femininas já tivesse alcançado o auge e virado pó. Mas, então, uma mocinha pequena de cabelos ondulados parou na minha frente, logo na primeira semana de aula, e disse "você é amiga da fulaninha? eu também sou!". Para mim, foi como se a Lívia tivesse dito "vamos ser melhores amigas pra sempre?". O que nós temos em comum? Acredito que nada, mas esse parece ser um ótimo padrão para medir minhas amizades com mulheres. Nosso entendimento supera qualquer tipo de gosto musical ou cinematográfico. Nosso gosto para homens nunca interferiu na relação, já que os meus escolhidos são estranhos demais para ela, assim como os dela são básicos demais para mim. Ela é minha metade em tantos sentidos que um texto não explicaria.

E com ela, na faculdade e em nosso boteco do coração, surgiram tantos outros que nem percebi e ganhei uma patotinha. Para vocês, Tio Felipe, André, Lívia, Marcos, Leekee, Luis, Luiza e João, meu melhor e mais compreensivo amigo, eu dedico esse post e meu carinho. Sem meus amigos, eu não sou p*rra nenhuma.

E esse texto parece sem propósito, já que hoje nem é o dia do amigo, mas cada vez mais entendo que se faz necessário valorizar as pequenas grandes coisas da vida, todo o tempo. E, bom, eu consigo achar espaço entre a compra de um sapato e outro, e entre enganar consumidores de loja me passando por vendedora, para afirmar que minha segunda família é uma das pequenas grandes coisas da vida mais importantes que possuo.


Para solicitar a fórmula da amizade duradoura, mande um e-mail para patsy@corporativismofeminino.com (não esqueça de incluir o comprovante de depósito em minha conta).

Corporativetes, meu coração também vai para vocês, amigas recentes, mas meigas, inteligentes, importantes e compreensivas. (L)

Bate papo entre amigos também tem aqui, na comunidade do Orkurt do Corporativismo Feminino!

Besos, besos!

Patsy

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