terça-feira, 28 de abril de 2009

Da boca para fora

Peso em excesso ou em falta sempre é preocupante, mas não existe nada mais insuportável do que perceber que você assistiu calado às mudanças em seu corpo. Eu fiz isso. Vi os dígitos aumentando e não fiz absolutamente nada para evitar o desastre. Apenas sentei, peguei um copo e esperei a gordura se acumular nos cantinhos mais obscuros de meu ser. Hoje, dois anos e meio depois da mutação se iniciar, eu sento e choro pelo menos duas vezes por semana quando tento entrar em alguma roupa linda e pequena do meu armário. E isso, bom, isso eu não desejo nem para meu mais odioso inimigo.

Mas, decidi parar de chorar o copo de cerveja derramado dentro de mim e mudar de atitude. E, pode parecer besteira, mas tomar a decisão de mudar de estilo de vida já é 50% do percurso. Não pode ser da boca para fora, porque mudar de vida é coisa séria, especialmente se implica a mudança de hábitos alimentares e o abandono de antigos vícios. Digo isso porque eu não sou uma comedora compulsiva, mas tenho três grandes problemas:

*Consumo excessivo de álcool
Gente, na minha cabeça, todo dia é um bom dia para beber. E beber bem, porque eu sou menininha para caráleo, mas, na mesa de bar, vejo os copos dos amigos sendo abandonados enquanto o meu apenas permanece vazio quando o garçom não traz a cevada com a diligência necessária. Mas não é só a cerveja. Gosto de cachacinhas, bebo vinho e sou uma apreciadora de bons uísques, graças a meu ex-chefe, que durante alguns meses dedicou as tarde de sexta-feira a me ensinar a degustar os mais diversos produtos. Ele teria orgulho se soubesse que, hoje, eu bebo uísque cowboy direitinho.

*Consumo excessivo de álcool - parte II
Não sei se alguém já percebeu, mas álcool dá uma foooome. E, inexplicavelmente, ninguém pede uma saladinha ou um peito de frango grelhado para acompanhar os drinks. A gordura combina tão bem com o álcool quanto feijão com arroz, goiabada e queijo minas ou manteiga de amendoim com geléia. Então, venham a mim as batatinhas fritas, os gurjões de frango, os amendoins torrados fresquinhos, os pastéis de queijo provolone, as porções de salaminho e tudo mais que possa deixar meus dedos reluzindo como o Rio Nilo em fim de tarde.

*Uma despensa vazia
Olha, ser filha de minha mãe não é fácil não. Espera-se que uma mulher que abandonou a carreira para cuidar da família e mimar a única filha seja uma exímia cozinheira, não? Pois é, a minha mãe mal sabe fritar um ovo. E eu não fico atrás, já que não tive em quem me espelhar. Vivo, desde a tenra infância, em uma casa que sobrevive de congelados e comida de micro ondas (agora é separado, vai entender). Ou seja, enquanto meus amigos almoçam assados, sopas, empadões e moquecas caseiras, eu estou esquentando água para fazer Cup Noodles ou me queimando com o óleo quente das Chicken Popcorns. Ó vida, ó azar.

Mas, tudo bem. Para mudar de vida nós passamos por cima desses problemas. O alcoolismo latente e a comida de bar serão controlados com a ajuda da segunda família, amigos do peito, irmãos camaradas. Já a alimentação em casa fica por minha conta e risco. Estou aprendendo a me virar. Mas, ainda assim, pensei em dar um passo além me inscrevendo em uma academia NOVAMENTE. É minha 154ª vez, admito. Porém, vamos combinar uma coisa? Academia é, em geral, o lugar MAIS ESQUISITO do mundo. Não dá vontade de frequentar o lugar mais esquisito do mundo, minha gente. A música é estranha, a decoração tem uma vibe presídio meets motel de estrada, os banheiros sempre fedem e os ratos de academia são seres de outro planeta. De verdade, não admito que nenhum deles olhe torto para minhas madeixas arroxeadas, faço cara de "você está cagado?" e sigo minha vida. Mas, ainda assim, sempre aparece um querendo conversa. E, olha, que conversa edificante: "quantos quilos você pega?"; "quem é seu instrutor?"; "você já usou o concentrado JKWY-700?"; "aonde você comprou essa malha divina?"; etc, etc, etc. Nesses momentos é melhor fingir-se de surda ou esperar que o maníaco da machadinha invada o ambiente e promova um massacre. Taí um sonho, hein?

De qualquer forma, estou aos poucos descobrindo que, na verdade, o segredo é não dar atenção a qualquer coisa ou pessoa que grite "Emagreça sem Dieta". Dieta não é a palavra certa, mas reeducação alimentar sim. Quem vive o efeito iô-iô, como eu, precisa de disciplina na alimentação e na vida. Parece frase pronta, mas tudo indica mesmo que uma combinação de alimentação saudável - sem a rigidez tresloucada das dietas de revista - e exercícios físicos garante um corpo saudável e uma mente sã. E eu estou tentando, mas não garanto a sanidade da mente, porque essa batalha eu já perdi há tempos. Só me resta cuidar do corpinho, para arrasar no Verão 2010 e ser eleita a Garota Coqueirão Posto 9 Ahazo de Ipanema.

Vocês também estão em briga com a balança? Descarreguem seus problemas aqui, na nossa linda Comunidade no Orkut ou no e-mail patsy@corporativismofeminino.com

Besos, besos!

Patsy

Um comentário:

  1. Patsy, Patsy... Adorei o post e dou o maior apoio!! Eu tive o problema inverso...sempre fui magérrima... uma tábua... 3 anos atrás o médico me intimou a começar a nadar (e eu nem sabia). Amei a natação - escolhi uma academia deserta. O professor era L I N D O e me dava o maior apoio... aqueles olhos verdes olhando pra bagunça do óculos e dos meus cabelos me deixavam muito "embarrassed". Bom, hoje eu nado, faço musculação, caminho e estou até correndo... Os resultados foram ótimos, mas a alimentação ainda precisa de um upgrade. Torço por você!!

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