terça-feira, 31 de agosto de 2010
Porque Eu Odeio Moda
domingo, 29 de agosto de 2010
Chris Rock - Relacionamentos!
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Eu, eu mesma e meus 10kg imaginários

Aos 22 anos engravidei. Achei o máximo aqueles kilos a mais para uma magrela que antes tinha como apelido Olívia Palito, e usava frequentemente uma legging de lã por baixo do jeans para parecer que tinha a perna mais assim... gostosas saca?
Mas fugiu do controle e ao final da gravidez me deparei com 22kg acusando naquela balança que eu JU-RA-VA que estava quebrada.
Quebrada o CACETE! Eu comi todos os Big MC’s que eu pude, roubei bolacha de criancinha no parque, fiz bico por um sorvete imenso e depois custava a acreditar que minha forma roliça e o pé em formato de pão eram reais.
Meu filho nasceu, mas para minha surpresa... Não – ele não nasceu pesando 22kg... Eram apenas 3.465grs e o resto? Bem, o resto continuou bem aqui.
As pernas que antes eu queria engrossar, agora eram roliças, e eu entrei num desespero total. Cada vez que tinha uma festa, ou apenas que vestir uma roupa qualquer para uma ida ao shopping, terminava sempre em 200 peças espalhadas sobre a cama e eu sentada chorando no chão.
Eu tinha que fazer algo, não podia ficar me deprimindo e vivendo aquilo. Eu nunca fui bonita, assim... natural sabe? Mas aprendi a usar maquiagem. Sou míope. Mas aquilo não me incomodava, eu tinha um corpo bacana, pra falar a verdade eu era gostosa – SIM! era mesmo gostosa e quer saber? Acredite, eu não tinha celulite! Uhuu!
Ser gordinha mexeu com meu ÂMAGO!
Sabe que diabos é o tal do âmago? Pensa então em tudo o que você tem de mais íntimo, mais profundo dentro de você, e de repente você vê aquilo sendo cutucado... Eu me sentia um rascunho sem fim.
Aí eu descobri os remedinhos para emagrecer... Ah nem vem com esse papo besta de falar que isso é coisa de gente preguiçosa! É muito fácil falar isso quando se usa manequim 38! (eu usava 36 antes da gravidez).
Sim! Eu tomei remédios (com receita médica!), mas não me acomodei. Fazia caminhadas diárias e mudei MUITO minha alimentação. No começo eu desanimei, os resultados demoravam a vir, mas quando eu subi na balança e constatei 5kg a menos e ela nem estava quebrada! Eu pirei o cabeção. Me dediquei e valeu a pena. Em 3 meses eu me sentia outra pessoa! E se você ver minhas fotos de antes e depois de perder peso, vai ver que realmente sou outra pessoa. Como não quero causar má impressão logo no primeiro post, xá pra lá essa coisa de foto neah?
Foi então que consegui perder QUASE tudo aquilo que NÃO me pertencia. Digo quase porque embora eu esteja bem hoje, em qualquer fase da minha vida eu vou sempre achar que preciso perder 2kg.
Beijos e me mandem doces lights, please.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Não é uma fase.

Quando eu era criança e o meu irmão morreu num acidente de moto, eu sabia que minha mãe ficaria bem outra vez. E ficou, adotou uma criança, lhe confiou cuidados e salvou a sua vida - A de ambos, eu diria. Mas nada seria como antes. Nada é como antes afinal. Depois meus pais se separaram e eu pude ficar livre do terrorismo diário de um alcoólatra. As coisas pareciam ter se ajeitado até eu engravidar. Eu não queria aquilo, mas escolhi, como quem faz um xis apressado numa prova de física sem fazer os cálculos. Mais tarde descobri que aquilo, o meu filho, era o meu amor infinito. E as coisas ficaram bem, mesmo sem eu dormir por longos meses com choros noturnos, meus e do meu filho.
Depois vieram as minhas paixonites agudas - Nunca consegui ter sentimentos saudáveis. Ganhei um trabalho sólido. Abracei decepções e bingo: Muita felicidade a seguir. Quando eu chorava quase podia sorrir em cima das lágrimas, sabendo que havia a promessa de uma felicidade infinita. E se as coisas fossem drasticamente ruins... Eu sabia que haveria uma recompensa grandiosa por tudo aquilo. Depois de um relacionamento desgastante sempre haveria um homem com um chá de camomila a me esperar.
Mas agora não. Houve um homem. Um desemprego. E logo a seguir outro homem que apenas me disse "Não é uma fase! Muahahá". Desde o dia em que ele bateu a porta, eu soube que nunca mais seria a mesma. As coisas não dão certo, mesmo que eu as sinta darem certo com um sorriso tatuado na cara. Sabe? Como em O Segredo. Eu sinto que meu bilhete é o premiado e procuro nos classificados a mansão dos meus sonhos. Mas não, as coisas continuam erradas há décadas.
Talvez eu agradeça por meu filho ser saudável e por eu ter pernas, como as pessoas que sofrem graves acidentes ou perdem pessoas e percebem, absortas, que eram infinitamente felizes. E talvez essa seja a década da felicidade, a década que eu tinha pernas e olhos. Portanto, era gravemente feliz.
Mas agora que tenho um filho infinitamente saudável (até demais). E agora, enquanto ainda tenho dedos para digitar essas coisas... Quero dizer que isso está insuportavelmente insuportável e não vai passar. É a minha vida, desse jeito gravitacional de uma gravidade grave.
E que morra quem disser "É uma fase".
* Deletei esse texto por 3x, mas resolvi publicá-lo. Tenho vergonha "disso", acho adolescente demais.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
O Fantástico Mundo de Bob

Feios
Gostei MUITO. Muito mesmo!!!
"Credo, por que você diz que não quer casar?"
Tally está prestes a completar 16 anos, e mal pode esperar. Não para dar uma grande festa, mas sim para se tornar perfeita. No mundo de Tally, fazer 16 anos significa passar por uma operação que a transformará de "feia" em um ser incrivelmente belo e perfeito, e lhe dará passe livre para uma vida de glamour, festas e diversão, onde seu único trabalho é aproveitar muito.
Mas Shay, uma das amigas de Tally, não está tão ansiosa assim: prefere se arriscar fora dos limites da cidade. Quando Shay desaparece, Tally vai conhecer um lado totalmente diferente desse mundo perfeito - e, acredite, não é nada bonito.
sábado, 21 de agosto de 2010
As Verdades Sobre a Política no Brasil
Se quiser me escrever, já sabem: cris@corporativismofeminino.com
Se quiser me seguir no Twitter: @CrisSoleitao
Bjos,
FUI!
E não esqueçam de pensar BEM em tudo isso antes de votar ;D
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Eleições... só se for de humor
sim, a idéia é se eleger fazendo o mundo decorar o número dele por osmose.
2) Tiririca, 2222
Enfim, esta merda de vídeo fala por si só...
3) Netinho no Senado, no maior astral. E avisa o Suplicy que tem palanque à vontade... quatro minutos de muito suingue, vale ver e rir até o fim.
4) Mulher Melão, deputada estadual. SIM, VOCÊS LERAM CERTO.
Vou sair do Brasil, tá bizarro.
Divirtam-se, e enfim, votem em coisas melhores do que isso, POR FAVOR!
twitter: jules_at_play
e-mail: heleninha@corporativismofeminino.com
terça-feira, 17 de agosto de 2010
O "Macho" da Relação

É assim, foi assim. Descubro que eu sou o homem da relação. Obviamente que nesse atual mundão de Deus qualificar o que é "atitude de homem" e "atitude de mulher" é temerário e beira a arbitrariedade. Mas o homem deveria ser o protetor, o que conduz, o que planeja por, teoricamente, a mulher já possuir tantas preocupações extras. Ele deveria ser o ATIVO, assim como é na cama. A mulher deveria ter o seu tirado da reta - Uma vez na vida, que seja! Mas não é o que acontece, ao menos comigo!
Numa relação mal posso respirar, por ter que dirigir todos os capítulos e, ainda, atuar neles. Escolher os figurinos, levar comida ao elenco e, ainda, decorar o cenário. Eu o levo ao novo restaurante e lhe faço surpresas. E é tão cansativo ser tão ativa assim.
Sou mulher e hetero. Teoricamente, eu deveria ser A Passiva. Mas sou tão ativa que vejo os olhos marejados dele, receoso de que seja bolinado durante à noite. Preciso de alguém que cuide da porra das minhas coisas. E como REALIDADE está enfiada entre as minhas pernas como um O.B. GG, sei bem que é quase impossível alguém com atributos ATIVOS sendo homem. Se eu quiser amar outra vez, que eu esteja preparada para ser a empregadinha de alguém. Deus (quantas vezes eu disse seu nome em vão aqui?), quero ser mulherzinha. Quero ser frágil. O sexo frágil. A fragilidade. A passiva. Ficar lá, levando. Só levando. Passivona (Leia isso com voz de biba).
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
TEXTO DA LEITORA: Deixa que EU dirijo!
Não é a primeira vez que eu ouço histórias de mulheres que dirigiam mal na frente do pai. Perto da mãe, junto das amigas era tudo flores, mas quando a figura paterna entrava e se assentava no banco do passageiro, com aquele olhar de "você vai errar", era batata! A pobre coitada assassinava o Código de Trânsito Brasileiro, furava o semáforo, subia na guia, deixava o carro morrer, quase batia o carro, entre outras catástrofes que só acontecem, eu disse só acontecem quando estamos dirigindo na companhia de nosso querido pai.
Minha professora de CFC contou que pra piorar a situação o pai dela era instrutor de trânsito, e que quando estava sem ele, ela até que dirigia bem, mas quando o pai entrava no carro, ela cometia barberagens homéricas, como quase entrar dentro de uma agência bancária com o carro! Quando eu ouvia essas histórias, eu até pensava que poderia ser generalização, e eu detesto generalização. Quando comecei a dirigir, meu pai foi muito paciente. Não tinha do que me queixar. Hoje eu percebi que não é lenda urbana, é a mais pura verdade!
Eu tenho carta de motorista, aliás, permissão para dirigir há dois meses e nunca fiz grandes barberagens. Sempre tive cautela, nunca subi numa guia, nem sai cantando pneu no meio da rua. Hoje eu fui com o meu pai buscar o meu irmão, e a cara de "poucos amigos" que o meu fez quando pedi pra ir dirigindo já me deu uma prévia do que aconteceria. Fui conversando com ele, tentando quebrar o gelo, mas ele era irredutível, parecia um instrutor careta e velho ensinando uma patricinha desligada a dirigir. Me falava de tudo que eu tinha que fazer, coisas que eu já sabia, mas ele enfatizava e sua voz soava um grande desconforto.
Daí só pra pior. Gritou comigo, mexeu no volante porque ele achou que eu fosse bater o carro, enfim... Eu não estou aqui pra crucificar meu pai, eu só estou aqui concretizando a minha teoria. Nós mulheres, nós sabemos dirigir sim! Mas o que nos faz tremer na frente do volante são as vozes graves de nossos pais, irmãos, namorados, maridos, que tem a plena convicção que sem os gritos deles só iremos fazer uma bela duma cagada no trânsito!
Eles tem que gritar! Mas será que eles já experimentaram ficar quietos e observar o resultado? Então, homens que estão lendo esse texto, não gritem com suas filhas, suas mulheres, suas qualquer-coisa que estiverem ao volante! Um grito de vocês pode trazer um belo medo de dirigir e até mesmo anos de terapia para nós, pobres mulheres injustiçadas no trânsito, só porque somos MULHERES! E tenho dito!!!
Gabriela Sikorski
domingo, 15 de agosto de 2010
Cabelos longos, cérebro curto!
“Para a história conceitual da discriminação da mulher”
– Marisa Lopes*
“Será justo, então, o réu Fernando Cortez, primário, trabalhador, sofrer pena enorme e ter a vida estragada por causa de um fato sem conseqüências, oriundo de uma falsa virgem? Afinal de contas, esta vítima, amorosa com outros rapazes, vai continuar a sê-lo. Com Cortez, assediou-o até se entregar. E o que em retribuição lhe fez Cortez? Uma cortesia...” (Pimentel, S.)
É difícil acreditar que a vítima tenha se sentido honrada com semelhante cortesia. Nem ela, nem as muitas mulheres que se tornam duplamente vítimas ao serem expostas a afrontosas decisões judiciais sobre crimes de estupro. (...) “O crime de estupro era [por que não, é?] o único no mundo em que a vítima é acusada e considerada culpada da violência praticada contra ela”. (Pimentel, S.)
O recente caso Geyse, estudante da Uniban, confirma o diagnóstico: agindo por meio do terror, a turba pseudo-universitária brada contra a estudante palavras que soariam bem aos ouvidos dos velhos insquisidores. (...)
Fanatismo (praticado por machos) capaz de produzir estultices como as que escreveu Moebius (1853 – 1907), médico e psiquiatra alemão. O livro de Moebius, Inferioridade da mulher: a deficiência mental fisiológica da mulher, que passo a expor, parte da constatação de que as faculdades intelectuais do homem e da mulher são muito diferentes. Diferença essa que pode ser relativa e, neste caso, as mulheres teriam maior capacidade para uma coisa e os homens para outra, ou absoluta, as mulheres são em sim mesmas deficientes em relação aos homens. A “sabedoria” proverbial – cabelos longos, cérebro curto – fornece compreender claramente o estado intelectual da mulher e o valor de sua deficiência intelectual para que pusessem em ação todo o seu poder para combater, em favor da humanidade, as tendências contranaturais dos/das feministas.
Trata-se então de apresentar as “provas científicas” que fundamentam suas, no plural, deficiências. Em primeiro lugar, existe uma deficiência anatômica na mulher, um retardo, diz o autor, no desenvolvimento da circunvolução do lóbulo frontal e temporal, semelhante, aliás, à encontrada nos homens pouco desenvolvidos, como os negros.
A necessidade de cuidar dos filhos é a causa da diferença entre os sexos. A eterna sabedoria não pôs ao lado do homem outro homem provido de útero [tudo indica que o autor lamente], mas outorgou à mulher de que necessita para o melhor desempenho de seus nobilíssimos deveres, embora não lhe tenha outorgado a energia mental do homem. Se se quer que ela cumpra bem seus deveres maternais, é necessário que não possua cérebro masculino, caso contrário veríamos atrofiarem os órgãos maternos. A mulher deve ser, antes de tudo, mãe amorosa e abnegada, como exige a natureza. (...) A energia e as aspirações por novos horizontes, a fantasia e a ânsia por conhecimentos novos se serviriam apenas para fazer a mulher inquieta e transtornar seus deveres maternais. (...) Ademais, quanto mais se propaga a civilização, menos se procria.
Do ponto de vista do comportamento, seu instinto a torna parecida com as bestas. Característico disso é a sua falta de opinião, a faculdade para saber diferenciar por si mesma o bem e o mal, no que depende, para isso, de uma influência extrínseca. As mulheres são rígidas, conservadoras e odeiam a novidade, a não ser nos casos em que o novo lhes traga vantagem pessoal ou quando essa novidade agrada a um amante. A lei, portanto, deve considerar a deficiência mental fisiológica da mulher e não julgá-la como a um homem. A sua incapacidade para dominar as tempestades afetivas e a falta de sentido da equidade provam que é uma grande injustiça julgar ambos os sexos igualmente.
Sua moral é a moral do sentimento, ou seja, uma inconsciente retidão. Sua coragem deve servir para defender sua prole, pois exercer esse valor em outras ocasiões só a molesta. Justiça para elas é um conceito vazio e sem sentido.
Sem escrúpulos, pode-se afirmar que a natureza deu preferência ao homem e tem demonstrado querer formar dele um tipo mais perfeito pelo fato de fazê-lo se desenvolver mais tarde do que a mulher, predileção que é evidente na medida em que permite ao homem conservar as faculdades adquiriras até o fim de sua vida. (...) Sua ampla escravidão seria a causa de sua mente ter atrofiado.
Por isso, “[...] devemos esperar toda a saúde unicamente da sabedoria do homem, pelo menos até o ponto que a intervenção humana pode alcançar; isto é, que o homem deverá dizer clara e terminantemente à mulher que não quer saber nada de liberdade incondicional. E se o homem o faz seriamente, terminará de uma vez por todas o movimento feminista”. (Moebius) Sabemos que, não tanto tempo depois, idéias como as de Moebius se tornaram dominantes na Alemanha nazista, aquela do tipo K: Kirche, Kuche, Kinder.
Deficiente, inferior, incapaz, enferma: todos esses qualificativos associados à mulher não são o produto de um delírio individual, mas de um ratio masculinizante estruturante de uma antropologia e de uma cultura que concebe a mulher como um ser inacabado e imperfeito, naturalmente inferior ao homem e incapaz para a vida social e política.
(...)
Bom, o texto continua falando das idéias sobre a incapacidade da mulher em Aristóteles, que foram as que mais prevaleceram, dentre as idéias “feministas” de outros filósofos, e que forneceram o referencial teórico para essa tendência misógina. Não consegui achar o texto na íntegra na internet, então resolvi parar por aqui para não ficar muito longo, mas acho que só as idéias desse Dr. Moebius já despertaram revolta em muita gente (espero!) e já dão bastante pano pra manga.
Resolvi não comentar para não estender o post ainda mais, vou deixar os comentários para a próxima semana!
E aí, o que vocês acham de tudo isso?!
Sigam! @omerengue
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Minha Maior Vaidade
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Sugestão de Livro: O Mundo Pós-Aniversário

Irina McGovern é personagem central de uma história fictícia que se contada em linhas gerais parecerá vulgar e pouco atraente. Com tiradas cáusticas acerca do relacionamento homem e mulher, seus percalços e vieses, a autora Lionel Shriver faz analogias fabulosas sobre as decisões e rumos que tomamos. E se Irina abandonasse a sua união estável com um homem estável? E se, de repente, ela deixasse todo o conforto para se aventurar nos braços de um homem aventureiro? É assim que a autora nos presenteia, com possibilidades!
Como teria sido sua vida profissional se optasse por ter a vida mansa a qual estava acostumada? E como seria o Natal na casa da sua mãe rígida e neurótica ao lado de Ramsey, aventureiro e pouco intelectual, ou ao lado de Lawrence, estável e compenetrado em agradar a sogra?
Há sempre 2 capítulos para 1 situação. No primeiro, Irina continua a sua vida organizada ao lado de seus temperos e do homem previsível que é Lawrence. No segundo, Irina arrisca tudo e compra novas roupas para viver ao lado de um homem que ganha a vida debruçado numa mesa de sinuca. E, ainda, põe Irina entre a leveza de ter grana e a rigidez de ter que economizá-la.

Essa história nos leva a refletir sobre a vida. Sobre como QUALQUER DECISÃO tem seu ardor. E que quando optamos por UM caminho, é certo olharmos para o outro - aquele que não escolhemos - com frescor. Quase posso sugerir que todos os homens são iguais ou que todos os relacionamentos são iguais ou que não se pode ter tudo. Mas não farei isso, soaria simplório e prejudicaria a beleza desse livro.
Ao final, independente da sua escolha, Irina terá o mesmo gosto agridoce na boca, mas como chegou até ele, as dores e prazeres, serão peculiares e únicos. Tristemente, esse livro me levou a uma descrença maior sobre os relacionamentos afetivos homem-mulher. Sobre como somos dolorosamente substituíveis, reforçando coisas que eu acredito e, relutantemente, tento driblar. Talvez não doa assim para todos. Mas doeu para mim e foi com areia.
* A história é baseada em fatos reais. Como na vida não há como viver 2 caminhos ao mesmo tempo, como sugere o livro, a escritora curiosamente escolheu o "jogador de sinuca".
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Diário de uma Traição

Era uma vez um cara com trinta anos recém feitos, nem feio nem bonito, charmoso, sedutor, talvez. Junto da mesma pessoa desde os dezessete anos, a vida era uma rotina perfeita, e ele achava que nada de novo aconteceria. E nada de novo estava acontecendo mesmo. Nem mesmo quando Angélica sentou-se ao seu lado com os pés tortos, toda escabelada, pedindo algumas informações, alterava sua rotina. Eles só se conheciam de vista, trabalhavam em coisas totalmente opostas, nunca sequer tinham se falado. Era aniversário dele, e conhecendo Angélica como eu conheço, tenho certeza que ela ficou aquela meia hora ao lado dele refletindo se lhe dizia parabéns ou não. Aposto que não disse, ela não tem tato como pessoas "espíritos de luz" teriam.
Alguns dias depois ela me disse que tinha sonhado com o cara, veja só que absurdo, sonhou que ele tinha lhe dado um selinho ahahahah. Nós rimos aquele dia. Pense, eles tinham se visto pouco mais de seis vezes naquele mês, se cruzado duas ou três vezes no almoço e só. E pelo amor de Deus! Ele usava uma aliança tão grande que chegava a andar torto. Ela era uma garota comum que usava tênis sujos. Nada demais. E então, de repente, tudo mudou. Um dia todos se sentaram na mesma mesinha pela manhã com a garrafa térmica, e ela sentou-se na frente dele, eu do lado, e ela não lhe disse bom dia. Eis que ele disse: Angélica, você fez sexo comigo esta manhã? Porque não me deu bom dia? E eu a vi desmanchar mesa abaixo, tímida. Ele levou uma bronca minha pela ousadia: Você nem mesmo conhece ela! Que absurdo! Envergonhou a menina! Ele riu, disse que estava só brincando, e que ela parecia simpática, mas que pediria desculpas. Pediu no outro dia pela manhã. E então, nunca mais se desgrudaram. Amizade instantânea. Sinceramente? Achei lindo. Não é cinematográfico?
As pessoas notavam como os olhos dele brilhavam quando ela chegava com os tênis encardidos, ou quando ela se lamentava que tinha feito alguma cagada no trabalho. Sempre dizia isso a ela: você não vê? Ele olha para todo mundo, mas fixa na sua direção se te vê. Ela dizia que não era nada, afinal ele era casado. Eram amigos, só isso, ela aceitava - ou pelo menos era o que ela gostava de vomitar para o mundo - que tudo fosse assim. E então eles se sentavam juntos no intervalo e ele tocava de leve suas panturrilhas. Angélica era uma garota forte, eu não resistiria, mas ela, ela era brava! Gostavam de ver os mesmo vídeos na internet, e um dia ela precisou de outra informação e lhe mandou um e-mail que recebu a seguinte resposta: Só assim pra você escrever para mim. Ele espalhava por aí que ela era a melhor amiga que ele jamais teve, já que estudou com só com homens por toda a vida e nunca teve uma amiga de fato. Era uma amizade madura. Não havia sexo, nada. Angélica se sentia muito bem. Se passou muito tempo, algumas pessoas começaram a fofocar que "ali tinha". Mas não tinha. Eu era testemunha de que não tinha mesmo.
Um dia ela precisou realmente de ajuda para um trabalho. Não sabia por onde começar e ele prometeu lhe ajudar no intervalo. E então ele pegou a lapiseira e começou a escrever no bloco de folhas. E ela esqueceu de olhar para o que ele estava fazendo no papel, começou a olhar pra ele. E ele disse: pára de olhar pra mim, por favor. E então ela perguntou o porque, e ele respondeu: você está me provocando. Ela segurou na palma da mão dele e ficaram se olhando por alguns minutos e foi isso.
É claro que o Universo conspira, eu acredito nisso. No outro dia "ó vamos beber, vocês - Angélica e ele - seus anti-sociais tratem de ir também, vai ser legal!". Foram. Beberam. Ela precisava ir pra casa, ele levou ela de mãos dadas. E então se beijaram. No outro dia ele sentou ela numa cadeira, disse que aquilo nunca mais aconteceria de novo. Ela riu, divertida, e levantou. "Porque você não gosta de conversar?" "Não tem nada pra conversar, deixa rolar!". E então obviamente aconteceram outras e outras e outras vezes, toda vez ele jurando que seria a última porque ele amava muito a pessoa que tinha em casa. Brigavam, ela ficava uma semana sem falar com ele, ele pedia desculpas e tudo voltava. E então um dia ele disse que não aconteceria nunca mais, que ele estava falando sério. Ela começou a chorar. Viu a verdade nos olhos dele daquela vez. Se perguntou porque aquilo estava acontecendo com ela. Ele resolveu dizer a verdade, ou que eu considero "verdade em partes".
Arrumada, Angélica era de fato alguém com muito potencial. Ele estava preso a uma mulher com um bebê pequeno em casa. É notório que, quando uma mulher vira mãe, ela deixa de ser mulher e vira só mãe por algum tempo. (Ai gente, vamos ser realistas? É a verdade ok, todo mundo sabe disso, cadê o Deja pra me defender?) Angélica contava que uma vez o fez chorar - do jeito que ele é meio mané acredito que de fato tenha chorado - porque dizia na cara dele que ele não honrava as calças que vestia, era um bundão, um monte de merda. Ele disse a ela, que nunca foi tão escrachado em toda sua vida e que nunca contestava, porque ela tinha razão. Ele estava em sua zona de conforto. Preferia ter o que tinha em casa a perder as duas - os namoros da Angélica nunca duraram mais de dois anos, eis uma pessoa que promove o desapego - e pior, perder o crescimento do gurizinho. Não era que ele não gostasse dela. Ele gostava, só não sabia o que fazer com aquilo, e morreu de medo quando descobriu que era recíproco. Ela ficou sem entender nada e se afastou. Tinha pavor de gente indecisa. Ele sentia falta dela, ela não respondia nem mesmo seu bom dia pela manhã. Mas quando íamos pra casa ela se debulhava em lágrimas. Ela havia mudado a rotina dele, bagunçado os papéis, e ele não sabia por onde começar a recolher a bagunça. Se sentia culpado. Enfim, uma grande maricona, ah pelo amor de Deus, PRONTO FALAY. e então ele completou: "Estar com você vai contra tudo que me ensinaram a vida toda. Eu não sei como lidar com isso."
Nunca soube o que lhe aconselhar.
Tudo que sei é que eles voltaram a ser amigos. Ele ainda brilha quando olha pra ela, embora ela não corresponda mais, pelo menos não na frente do mundo. Só na sua bolha particular.
Não dou dois meses pra Angélica fazer o que sabe melhor: desaparecer.
Mas gostaria de dizer algo legal pra ela. Vocês podiam dar uma força aí nos comentários, que tal?
Heleninha
heleninha@corporativismofeminino.com
twitter: jules_at_play
Texto da Leitora: Eu, contra mim mesma, puxando meu próprio tapete
A depressão foi me consumindo aos poucos, a perca de interesse pelos estudos, trabalho e hobbies. Vontade extrema de ficar em casa fazendo nada, falta de coragem e de ânimo pra coisas simples como organizar meias ou sair pra uma festa, enfim, desanimo absoluto. Oscilar entre picos de extrema sonolência e insônia, uma vontade imensa e incontrolável de chorar que vem do nada, e mais uma série de coisas que por muitas vezes preferi chamar de preguiça a acreditar que era depressão.
Eu diria que passei anos menosprezando sintomas depressão, que foram aumentando a cada dia, até que cheguei a um ponto em que já estava decidida a procurar ajuda, mas protelei enquanto pude, e quando já estava de consulta marcada com um psiquiatra para o mês seguinte, o que eu menos esperava aconteceu. Sofri uma crise, tremenda (e horrível) provocada pela depressão. Sem dúvidas, foi uma das piores experiências da minha vida.
Além da depressão, sempre sofri de ansiedade, as duas juntas culminaram nesse momento de crise. Foram dias que, juro, nunca imaginei que fosse vivenciar.
Tive ataques de pânico com direito à coração disparado, insônia, dormência - que começou nos dedos e se alastrou pelos braços, pernas, pescoço, cheguei a pensar que fosse ficar inconsciente, mas graças a Deus isso não aconteceu. Tive que parar no hospital algumas vezes para conseguir remédio pra dormir – sem eles, eu passava uma noite que podemos chamar de noite do terror, sem conseguir dormir, respiração ofegante, com sensação de que ia ter um ataque a qualquer momento. Cheguei a pensar que estava ficando louca. Em uma das crises cheguei a tomar seis calmantes fototerápicos de uma só vez – sem que me provocassem qualquer efeito. E confesso, cheguei a ir na cozinha e pegar uma faca. Mas não tive e não teria coragem de fazer nada contra mim. Na verdade eu achava que precisava ser internada, não suportava mais aquela consciência doentia dentro de mim.
Desde então passei a entender melhor as pessoas que comentem suícidios ou que vivem embriagadas. Não cheguei a pensar serialmente em suicidar-me, mas pensaria se a situação tivesse continuado por mais dias. Ou buscaria algum refugio no álcool ou em qualquer outra coisa que pudesse me entorpecer.
E nesses dias que eu soube verdadeiramente o que é ter uma depressão profunda. O que é querer ficar estatelada em um canto qualquer sem vontade de se mexer, sem vontade de comer, de tomar banho, de trocar de roupa, de pentear os cabelos. A vontade de tentar dormir e não conseguir, pois bastavam 15 minutos de cochilo pra acordar com o coração querendo sair pela boca.
A vontade de ler um livro e perceber não consegue prestar atenção em uma linha sequer. A vontade de ver um filme e perceber que não absorvia 0,001% do que os personagens dizem. A vontade de urinar gotinhas a cada 5 minutos, pois o controle do meu corpo já não era meu.
Ficar encostada em um sofá ou uma cama qualquer não era um conforto, e sim, apenas uma tentativa de conforto, mas aquela sensação ruim continuava dentro de mim o tempo todo.
Fui à psiquiatra, que não precisou de muito para diagnosticar o que se passava. Fui medicada, recebi algumas orientações e a garantia de que aquilo tudo ia passar. Voltei pra casa, e felizmente, passou. O pior passou, a crise passou. Mas ainda continuo na luta contra a depressão, uma batalha à favor da felicidade, que, sinto informar, não é fácil ser vencida. Por mais que eu me esforce, não é fácil. Parece mais fácil que o mundo realmente acabe em 2012, ou melhor, que acabe amanhã mesmo. Meus amigos e minha família sabem o quanto tento lutar contra isso, mas infelizmente não é tão fácil quanto muitos pensam.
Enfim, com esse texto eu só queria dizer e pedir que nunca menosprezem uma doença desse tipo, com você, com amigos ou familiares. Depressão não é frescura, não é preguiça, não é corpo mole. Depressão é uma doença real, e só quem passa ou já passou por algo do tipo, sabe o quão difícil é lutar contra ela.
Rose
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Não é para o time que torcemos, mas para QUEM torcemos.
Meu filho joga profissionalmente e eu evito as partidas por motivos óbvios: Eu esqueceria que a criatura chutando as canelas do meu filho é apenas uma criança. A sua paixão por futebol, por seu time, me faz refletir sobre os jogadores. Afinal não torcemos por um time, mas por alguns homens, muitas vezes, oriundos de uma vida difícil e sem infra-estrutura psicológica. É sabido que o futebol é um esporte nascido no seio da periferia e seus operários estão pouco munidos de ginga moral - Não que isso seja determinante e uma verdade indissolúvel. Há os honestos, os ricos de bom caráter! Já pedi para não gastarem seus dedinhos dizendo que O Kaká ou o Lúcio são diferentes. Exceções existem e eu fico verdadeiramente feliz por isso.
Quando o meu filho vibra com sua bandeira e usa suas cores, esses jogadores engordam suas contas e o que fazer com um belo salário de 200 mil mensal para quem não fazia as refeições básicas diárias? Sobe à cabeça. Você não sabe onde enfiar a grana toda. E enfia em coisas que pareciam inalcançáveis, como sexo fácil, carros incríveis, drogas ou lazeres. Sempre digo que é fácil ser um bom caráter quando não há uma grana rebolando bem diante de você. E como é fácil ser fiel se ninguém repara nos seus dotes, além do seu parceiro. É fácil julgar as pessoas sobre seus erros se você nunca esteve aprisionado no mesmo cubículo.
E para quem torcemos? Para que homens com ginga no pé tenham mais grana para alimentar seus anseios outrora reprimidos. Filhos são feitos a esmo. Pensões são recebidas e o amor paterno negligenciado. Às vezes me pergunto se torcemos mesmo por um time ou para que ronaldinhas encham o mundo de novas crianças. E, nessa altura do campeonato, vocês devem achar que o caso Eliza foi que me inspirou a escrever esse texto. Nem tanto. Romário, Adriano, Wagner Love, Ronaldo e uns outros que não me recordo agora conseguem engrossar o caldo do que foi dito acima.
E que não se exima o mau-caratismo das Elizas da vida. Tampouco a monstruosidade do Bruno.

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domingo, 1 de agosto de 2010
Príncipe Encantado Syndrome.
Fiz esse comentário outro dia com uma amiga e ela concordou comigo, deveríamos todas processar a Disney por danos morais e quase, físicos! Acabaríamos todas ricas, mal amadas e ricas!
Quantos psicólogos você teve que ir, quantos shots de tequila você teve que tomar, engov, potes de sorvete... Vixi, é uma lista gigantesca de despesas.
Comecei a ver alguns vídeos no Youtube e fui percebendo a personalidade de cada príncipe e o tanto de ilusão que é enfiado na cabeça de uma criança que, ainda não sabe filtrar ficção da realidade e acredita que existam homens limpos e delicados cavalgando cavalos brancos. Ah, além da falta de trilha sonora na vida da gente que também não é fácil.
Bom, aí vão algumas conclusões:
Síndrome de Aladin

É todo montado no charme de “pobretão de bom coração”. Ele tem os “moves”, o sorrisinho, a olhada de canto de olho, o topete, o macaco... Aladin é o cara que sabe o que está fazendo e sabe o que vai fazer com você. Quantos caras desses você já não conheceu? Encantadores de menininhas, fazendo a linha “me garanto”? A diferença, para a vida real, que desnorteia a cabeça de adolescentes desavisadas? Ele presta! O Aladin casa com a mulher lá, ele leva ela pra dar um rolê de tapete cacete! E o seu príncipe charmosão, te chama pra ver esfinge ou para um motel de quinta?
Uma lembradinha: http://www.youtube.com/watch?v=uVqoYyJGOco
Síndrome da Fera

Taí um caso bem clássico de inversão de valores. É tudo muito simples; na ficção, o cara é monstro e vira príncipe, na vida real, o cara é príncipe e vira monstro. Tem também aquela coisa de se apaixonar por um homem ,mesmo ele sendo "o cão", só porque ele mandou cozinharem pra você e te tirou pra dançar. E tem mais uma coisa, na vida real se você não tem amigos gays para te ajudarem na conquista, não vão ser os utensílios da casa que vão fazer o trabalho, fica a dica.
Uma lembradinha: http://www.youtube.com/watch?v=3MAhtpxNmnQ
Síndrome de Eric

Outro charmosão, o que, particularmente, me causou mais danos. Ele age como quem não quer nada, faz o bobão a procura do grande amor. Conhece a mulher, não pergunta o nome dela e se apaixona. Ele tem um momento meio #fail onde quase casa com a bruxa, mas abafa, isso só vai acontecer se você fizer um trato e perder sua voz. De resto, tudebão esse homem. Apaixonado decidido, aventureiro, mas tranquilo ao mesmo tempo, tem mordomo, não mora com os pais, tem barco, gosta de cachorros e, enfim, peixes...
Agora, vai achar um nesse modelo que não seja garanhão? Ou, sei lá, um tiozão com crise de meia idade. Não tem! Mulheres, me escutem! Não tem! (e se eu achar um, não vou contar também).
Uma lembradinha: http://www.youtube.com/watch?v=9cVUNN56VIY
Síndrome de Hércules

Não é todo bombadinho de academia que tem o charme do fofíssimo Hércules, até porque ele não usa regata, correntinha no pescoço e ouve pagode. E não, ele não vai usar os músculos dele, nem a força fenomenal para enfrentar nenhum bicho com mais de uma cabeça pra te conquistar. Talvez ele mate um pombo, pra te comer, mas não espere muito mais do que isso. Bobo alegre, bonzinho, apaixonado, corajoso e imortal. Já viu? Nem eu. E aí, vai um passeio de Pégasos ou de motoca?
Uma lembradinha: http://www.youtube.com/watch?v=qRCteeZTrjE
Síndrome dos Príncipes sem Nome

Pois é, gente, para quem ainda não tinha percebido, os príncipes da Cinderela e da Branca de Neve não têm nem nome. As meninas que sofrem dessa síndrome normalmente acabaram virando lésbicas, afinal, nenhum homem nesse mundo é tão sensível quando esses moços aí. É uma loucura de delicadeza. Eles matam dragões na maior classe, dançam, cantam, cavalgam, se vestem bem, são esbeltos e, enfim, gays.
Bom momento reflexivo para vocês e, resumindo: Quer magia? Namore um mágico!
Sigam!! @omerengue