segunda-feira, 23 de junho de 2008

Amor próprio


Uma tarde nublada, dois capuccinos, quatro mãos matando a saudade, promessas de uma vida inteira juntos.
- Eu amo você - ele confessou.
Ela respondeu com um sorriso.
Conversaram sobre música, livros, viagens, sobre a vida. Fizeram falsos planos. Ela queria liberdade. Ele tinha metas. Ele era só confusão. Ela, decisão.
A vida dele se resumia em amá-la, a dela, em se deixar amar.
Num golpe de coragem, ele disparou o que não sabia ser seu maior erro.
- Casa comigo?
- Eu já não gosto mais de você - Ela não pôde aceitar que alguém a amasse mais do que ela jamais conseguira em toda sua vida, num misto de orgulho e autoflagelação, mentiu.

Acabou ali.
Era tudo bonito demais pra ser sincero, e ela era feita de razão.


Y., sessão nostalgia.

3 comentários:

  1. Hmmmm... ai que delícia de capuccino...

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  2. Não sou racional e já me acostumei com isso... Acho que assumir-se, sendo RACIONAL ou não, é um grande feito. Vida sempre segue mesmo que as escolhas tenham sido desastrosas... Nunca saberemos se teria sido melhor ou pior...!

    Zin

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  3. Aprender a escolher dentro da esfera do POSSÍVEL é um grande mérito.

    Tem gente que só escolhe coisas que não pode fazer e vive frustrada.

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