quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Era uma vez uma mulher poderosa!


Era uma vez uma princesa que ficava a esperar o seu príncipe encantado. Passaram-se 100 anos e o príncipe, após enfrentar dragões e armadilhas, finalmente pôde salvar a princesa. Então eles viveram felizes para sempre. A estória infantil foi contada por décadas. São APENAS contos de fadas, alguns diriam, e é salutar preservar essa imagem virginal da mulher e a brutalidade do homem (?). Será que continuar com esse esteriótipo patriarcalista fará as futuras mulheres se sentirem culpadas por não terem o desejo de se casar como suas heroínas da infância?

O homem não é mais o único provedor da casa, muitas vezes nem é provedor de nada. A mulher não passa o dia esperando o homem voltar para casa, quiçá 100 anos. Nada mais justo que adequar novos paradigmas aos livros infantis. Acredito que seja uma forma de encorajar as futuras mulheres, sem que elas se sintam um E.T. por seu ideal de vida ser trilhar uma carreira de sucesso ou fazer viagens intermináveis. As mulheres podem optar por serem felizes com seus bichos de estimação e podem, sim, encontrar o seu príncipe encantado com cara de mocorongo.

Aproximar a realidade das meninas farão com que elas não idealizem mundos e fundos com essa macharada que anda BEM sacaninha. Longe de querer que as estórias sejam contadas num tom feminista, contagiando-as a queimar o sutiã PP antes mesmo de usá-los. Mas a ideia é valorizar o feminino, quebrar o estigma da mulher frágil e impotente. Aquela que fica à espera de um homem para ser feliz não deve ser o ÚNICO PERFIL da mulher em livros infantis. Também não quero esbarrar no chumbo trocado, onde a mulher abertamente se masculiniza. O que proponho são livros onde a mulher chegue à presidência ou faça viagens incríveis e que seja feliz porque agarrou as oportunidades com unhas e dentes. Oportunidades para ser feliz, não necessariamente com um homem.


Por incrível que pareça a Disney, que sempre apregoou as características de beleza, fragilidade e impotência à imagem feminina, resolveu mostrar que também está antenada com os novos tempos e criou a categoria “mulheres em papéis positivos” na Hyperion Books for Children, um selo de sua divisão de livros. O best seller nos EUA “Grace for President” (Grace para Presidente), de Kelly DiPucchio e LeUyen Pham, é um dos títulos. No Brasil ainda há poucos títulos com essa temática, mas já podem ser encontrados, sim!

Longe de levantar essa bandeira e ser sexista, os livros infantis com temas que valorizam a mulher vão no meu ponto vista encorajá-las a seguirem seus sonhos (como nos contos de fadas), sem que elas criem conceitos pré-estabelecidos (preconceitos mesmo) de como devem ser felizes.

Então, vocês ficam com os contos de fadas e acham que eles valorizaram a feminilidade ou com os livros modernos que incentivam o progresso da mulher sem amarras matrimoniais?

14 comentários:

  1. Amei o texto, muito bem elaborado...É isso aí, casei pq realmente "queria" casar, viver com a pessoa que é meu companheirão, que de vez em nunca tem ataques de homenzinho antiquado, mas logo passa...Sou totalmente contra a essa "obrigação" que tem que casar e ter filhos e se uma mulher não faz uma coisa ou outra, já viu, vira automaticamente uma ET, né...
    Bjo

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  2. Contos de fadas são o que são: Contos de FADAS.

    Quando eu era pequena ouvia a história da Branca de Neve e ja entendia tudo: Bruxas e maçãs amaldiçoeadas, anões e príncipes com beijos encantados não existem, nem castelos nem rainhas nem princesas em um reino feudal com cavalos brancos de magos.

    Contos de fadas se passam, 99.9% na idade média, e mesmo uma criança disléxica sabe que não estamos mais na Idade Média.

    Eu prefiro não subestimar a capacidade de absorção de informação de uma criança, ela irá ler(?)/conhecer as hisorinhas, e irá ver o que acontece em casa, ambos os pais trabalhando e batalhando juntos.

    Claro que eu concordo que essas historias todas são pra lá de velhas (literalmente), e que uma nova geração de contos e livros infantis deveriam ser (e são) mais atualizados e menos sexistas... Mas não abomino os contos de fadas que já conhecemos, por que o exemplo de vida de uma criança, antes de uma princesa fictícia em um livro deve ser (e é) sua mãe, seu pai.

    É com os pais que a criança cria sua visão da realidade e seu modelo de vida, e antes de atacar os bons e velhos livros já conhecidos de contos de fadas, é preciso trabalhar um ambiente familiar mais saudável, por que o nível da influência desses livros é mínimo.

    (Para ilustrar o que digo, olhe para você, que aposto que leu e ouviu todos os tipos de contos de fadas medievais mas mesmo assim se tornou uma mulher forte e determinada...)

    Novamente, não quero dizer que discordo da nova onda de livros infantis, acho estes demais, mas não condeno tanto assim os contos de fadas. :)

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  3. dps d mtooooo tempo venho comentar #vergonhapropria hahahahahah

    enfim, acho que devem existir sempre diversos modelos, pq na vida não existe só um caminho... talvez uma adequação ao modelo "conto de fadas" e criação de novos modelos de "contos de executivas/gerentes/diretoras" ahahhahhahahaha

    e que venham os novos modelos \o/

    bjoks

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  4. Mas sabe que até tem alguns filmes Disney que mostram as novas mulheres, por exemplo Mulan.

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  5. Eu sou fã das Princesas. Da imagem delas e de todas as histórias. Mas sabe, eu nunca me imaginei no lugar delas... achava que devia ser bem chato ser somente Princesa e ficar em casa esperando o Zé Mané chegar! Acho que deveriam modernizar sim esses clássicos, uma coisa mais 'Fiona e Shrek'; não é Disney, ok, e ela já casou e emprenhou mas sei lá, olho pra ela e imagino uma coisa mais independente...

    Viajei no comentário, deve ser a fome que tô sentindo hsuahsuas

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  6. Pra ser muito sincera eu nunca curti isso, haah. Sempre assistia os contos de fadas que passavam na TV Cultura (versões não-disney), e esses de princesa nunca me apeteceram, são muito clichês, muito mais-do-mesmo, hunfff.

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  7. Adequar o mundo real às novas formas de mulheres: mulher-maravinha, com dupla jornada de trabalho, mulheres poderosas que coidam da casa - economicamente- e ainda arrumam espaço em suas lotadas agendas pra cuidar de seus filhos, é coisa cada vez mais comum em nossos dias. Porém, todo esse contexto ainda é totalmente esquecido e irrelevante quando se trata de uma sociedade moralmente patriarcalista. O patriarcalismo, apesar de antiquado, tem suas influências enraizadas fortemente no mundo atual, e nos impede de enchergar mais a fundo nossas atitudes subconscientes que acabam o pondo em prática, quando na verdade pretendemos nos livrar dele. Tais textos infantis são um exemplo dessa dominação. Nós transmitimos o pensamento maxista e patriarcal através de mensagens subliminares contidas em textos infantis. Dessa forma, somos manipulados como robôs desde de crianças a tais pensamentos que monopolizam o Homem e excluem a mulher de todas as formas.

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  8. Eu só acho q o perigo disso tudo é inverter... Daqui a pouco o único referencial vai ser este. O da mulher que tem dupla jornada ou sustenta sozinha um lar.

    O ideal seria uma forma de realmente dar opção para que as pessoas (homens e mulheres) sigam o caminho que melhor lhes convém.

    Com o advento do feminismo trocamos 6 por meia dúzia. Antigamente erámos obrigadas a cuidar dos filhos e da casa e não podíamos trabalhar. Hoje quem decide fazer isso é considerada um ser menor (não sou casada, nem tenho filhos e trabalho fora... não tô puxando brasa não). Ou seja... A mulher continua sendo obrigada a trilhar um caminho que nem sempre é o desejado.

    Nunca falarei pra minha filha "você tem que casar e cuidar de uma casa ou você tem que trabalhar e cuidar da sua carreira" simplesmente pretendo ensinar a ela que o bom é seguir o caminho que a deixar mais feliz.

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  9. Vários erros de Português, na concordância dos verbos (crítica construtiva). ¬¬
    *
    Sou a favor dos contos de fadas pq eu acho que não custa nada sonhar, e, como foi dito acima, acredito que o verdadeiro modelo e o real referencial, pra qualquer criança, é a dinâmica de sua família, e não o que está escrito em contos de fadas. Por outro lado, acho bem interessante essa nova onda de contos. Por que não deixá-los conviverem pacificamente? Há lugar pra tudo nesse mundão! Acho mais nocivos os filmes água com açúcar do que os contos. Com meu contos de infância eu não me identificava, apesar de adorar Lê-los, mas, com essas comédias românticas, desenvolvi uma paranoia de que deveria amar, de que encontraria o Príncipe Encantado e teria a tal jornada dupla, talvez tripla, quem sabe sorrindo!! Não achei o princípe e até os sapos andam em extinção! ):

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  10. A culpa do tripla jornada da mulher é do machismo, não do feminismo. O cuidado com a casa e dos filhos é ainda atribuido à mulher. Mas se mulheres e homens fossem responsabilizados igualmente pelo estado da casa e pela educação dos filhos a tripla/dupla jornada seria extinta. Caminhamos para isso e já é realidade em alguns países, como Suécia, por exemplo. É super comum ver pais no parque com as crianças, homens que não "ajudam" na casa, mas que cuidam dela com a mesma responsabilidade que a mulher tem e mesmo homens que são "donos-de-casa". Não que seja uma inversão, mas algo mais equilibrado. Onde homem e mulher podem definir quais papéis vão excercer em regras de gênero. Homem tem que fazer isso, mulher tem que fazer aquilo. Isso está ficando ultrapassado.

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  11. Que maravilha de discussão eu adoro isso rs...
    estava aqui estudando e achei isso pra me divertir um pouquinho:
    Olha só: minha filha adolescente já me superou no quesito feminismo, e olha que eu contava a estorinha da branca de neve pra ela em...Pensem em uma garota mandona e decidida, estudiosa ao extremo é a minha gatinha...ta seguindo a mamãe rs...Esse é o caminho.Mas tadinho dos homens gente, vamos deixar eles pensarem que são super-heróis de vez em quando rs...Já pensaram na autoestima deles?Bjoos, deixa eu estudar!

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  12. Ha! Só um complemento, faz tempo que eu quero dizer isso pra os casados ,( homens e mulheres):
    Porque todo mundo continua fazendo tanto perrengue e brigando por causa de tarefas domésticas? Gente...com tanta tecnologia, máquinas para fazer tudo, lavar roupas; panelas antiaderente; restaurantes que entregam comida pronta;micro-ondas; geladeira que nem precisa descongelar; tem até cafeteira automática que faz o café na hora certa; aspirador de pó e etc. Pessoal, vamos equipar a casa e parar de brigar!Coisa feia rs...Casal do século XXI é pra viver feliz,trabalhando junto, dividindo as despesas, com igualdade e cuidando das tarefas sem sofrer muito ok pessoal?Experiência própria rs..15 anos de casada e feminista roxa, sem brigar rs...Bjoooss

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  13. Ha! Só um complemento, faz tempo que eu quero dizer isso pra os casados ,( homens e mulheres):
    Porque todo mundo continua fazendo tanto perrengue e brigando por causa de tarefas domésticas? Gente...com tanta tecnologia, máquinas para fazer tudo, lavar roupas; panelas antiaderente; restaurantes que entregam comida pronta;micro-ondas; geladeira que nem precisa descongelar; tem até cafeteira automática que faz o café na hora certa; aspirador de pó e etc. Pessoal, vamos equipar a casa e parar de brigar!Coisa feia rs...Casal do século XXI é pra viver feliz,trabalhando junto, dividindo as despesas, com igualdade e cuidando das tarefas sem sofrer muito ok pessoal?Experiência própria rs..15 anos de casada e feminista roxa, sem brigar rs...Bjoooss

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  14. Ha! Só um complemento, faz tempo que eu quero dizer isso pra os casados ,( homens e mulheres):
    Porque todo mundo continua fazendo tanto perrengue e brigando por causa de tarefas domésticas? Gente...com tanta tecnologia, máquinas para fazer tudo, lavar roupas; panelas antiaderente; restaurantes que entregam comida pronta;micro-ondas; geladeira que nem precisa descongelar; tem até cafeteira automática que faz o café na hora certa; aspirador de pó e etc. Pessoal, vamos equipar a casa e parar de brigar!Coisa feia rs...Casal do século XXI é pra viver feliz,trabalhando junto, dividindo as despesas, com igualdade e cuidando das tarefas sem sofrer muito ok pessoal?Experiência própria rs..15 anos de casada e feminista roxa, sem brigar rs...Bjoooss

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