quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O que eles vão pensar se eu sair assim?

"O que eu mais queria era provar pra todo mundo
que eu não precisava provar nada pra ninguém".


Quando eu tinha 16 anos, desfilava nos corredores da escola com calças folgadas e um palmo da calcinha aparecendo... Eu dizia que não precisava provar nada para ninguém! Mas, obviamente, eu precisava provar que era diferente daquele cambada de patricinhas. Mas provar como? Com roupas diferentes, compradas também num shopping e frequentando uma escola com uma mensalidade exorbitante?

Morro de rir quando as pessoas dizem que não se importam com a opinião alheia. Compreensível quando um adolescente diz isso, mas quando é um adulto? Vira chacota. Todos nós nos preocupamos em ser aceitos, vistos, reconhecidos. Nos preocupamos em passar uma imagem para os outros.

Essa coisa toda de "se importar com o que os outros vão pensar" veio de chofre para mim logo após a maternidade. Não consigo mais fazer combinações explosivas no meu vestuário, pois me importo com cada olhadela humana - Mesmo sabendo que não são eles que pagam as minhas contas. E há tempos penso 5x antes de pintar as unhas de azul-céu. Porque se não houvesse os olhos reprovadores, julgando seu caráter pela escolha da cor de um mísero esmalte, eu estaria agora mesmo com os dedos dos pés verdes. O que causaria frisson até mesmo na manicure, que diria assombrada: - Tem certeza? Posso perguntar?

Como todo mortal, sou julgada intensamente pela minha aparência. As pessoas acham que porque uso meias roxas, por exemplo, sou porra-lôca. Nunca. Sou do tipo que não usa drogas, não faz de conta que trabalha e mal sabe enganar alguém. Mas não, só porque eu pus piercings na boca, as pessoas achavam que eu era mau-caráter. Sim, me rendi, cansei de ser olhada com reprovação, por isso tirei os dois furos na boca para sempre e os sinais que ficaram viraram duas charmosas pintas artificiais. Tá, o piercing discreto no nariz vai permanecer, afinal a população brasileira resolveu que é comum.

Essa discussão não se limita apenas a aparência, muito embora eu tenha focado o texto estritamente nisso. Mas fazemos faculdades, continuamos certos namoros fracassados, escolhemos outros caminhos apenas para agradar alguém ou alguns... Será que fazemos alguma coisa APENAS para a nossa satisfação pessoal ou dentro da SATISFAÇÃO PESSOAL também inclui satisfazer a aprovação alheia?

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16 comentários:

  1. Poxa... Agora que voltei a ativa no blog pensei em fazer um post justamente disso! Adorei a comparação com as patricinhas! Eu andava com camisa preta de banda e cabelo na cara... na mesma escola com a mensalidade exorbitante! E hoje? Camisas brancas são o ideal!

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  2. Difícil quem não se importe com absolutamente nada, e difícil também quem assuma isso, fato.

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  3. Não sei bem o que dizer a respeito, é como se eu concordasse... em partes. Eu sinceramente do fundo do meu coração estou me lixando pro que estranhos pensam sobre mim, mas o que os meus amigos (de verdade) e familiares pensam é um outro patamar. São coisas que realmente afetam e é melhor se preocupar mais com o que eles vão achar de mim pro resto da vida do que o que algum transeunte vai pensar em questão de 10 segundos.

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  4. Eu concordo com a Laivine.

    Me importava mais com o que os outros pensavam de mim mais quando era adolescente do que agora.

    Tenho um plano na cabeça que não contei pra ninguém ainda, mas que sei que vou virar motivo de chacota quando por em prática. To nem aí! Continuo com o plano... e quando ele der certo e vingar, todo mundo virá me "puxar o saco".
    Ninguém acredita em nós até provarmos que somos capazes e que vai dar certo: FATO!

    Quanto à aparência, a mesma coisa... hoje me sinto muito melhor e mais livre do que quando tentava fazer parte de um grupinho fechado, que não me aceitava e eu ficava horas tentando decidir o que vestir antes de sair de casa... e pior... quase sempre errava. Hoje eu é que rio de quem me olha estranho na rua.
    E sinceramente, ou me aceita como sou ou cai fora!!!

    Minha mãe MORRE de vergonha quando saio de cosplay e já vi muita gente com aquele olhar de "você não é velha demais pra isso??". Não... nunca se é velho demais para se fazer o que gosta... e quando chego nos eventos encontro muita gente da minha idade ou até mais velhos... e somos todos felizes.

    Detesto esses programinhas à lá "esquadrão da moda", que querem fazer com que todos andem por aí parecendo cópias uns dos outros... uma coisa é bom senso, outra coisa é não ter personalidade e só usar o que se está na vitrine.

    No dia a dia uso o que eu gosto e me deixa confortável. Se simpatizo com algo que está na moda uso... se não simpatizo não uso. Simples assim!

    Também me importo com o que pensa quem tá perto de mim... mas mesmo assim não mudo radicalmente por ninguém... no máximo mudo uma coisinha ou outra que realmente esteja estranho e, de resto, explico meu ponto de vista... se a pessoa entendeu ou não, é problema dela.
    Com o que alguém que passa na rua acha, não ligo.

    Tenho que admitir que sou um pouco privilegiada pois, por enquanto, não trabalho fora... então não preciso agradar aqueles carinhas de RH que nos olham de cima abaixo com ar de superioridade!

    Maturidade tá na cabeça e nas atitudes em momento importantes... não na aparência!

    E bom senso é saber como se comportar e como se vestir de acordo com a ocasião sem deixar de ser você mesmo!

    É a minha opinião!

    Bjos
    Cris

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  5. Ainda resta um bocado da adolescente atrevida dentro de mim. Para muitas coisas, eu realmente não me importo com a opinião dos outros. Mas, obviamente, existem comportamentos que eu, assim como todo mundo, evito, por serem contrário aos "bons costumes", e isso é se preocupar com o que todos pensam.

    P.s. Sempre me sinto alfinetada quando falam mal de patricinhas.

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  6. Essa é uma questão difícil de se admitir, e achei super bacana a forma que você expôs sua real preocupação com a imagem.

    No fundo, eu sempre me importei com o que os outros achavam de mim. Na adolescência, eu vivia negando isso, mas por dentro aquela insegurança me destruia.

    Hoje eu dia estou mais segura, mas por via das dúvidas, melhor não vir trabalhar de calça moletom e unhas pintadas de verde.

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  7. bom, eu passei toda adolescência lutando contra as "aparências", fui grunge, gritava aos 4 ventos tudo que chocasse... e confesso que coisas feitas somente para manter "aparências" ainda hoje me irritam...
    meu problema hj é que preciso ganhar dinheiro, entããão, acabo ficando sem escolha rsrsrsrs

    bjs, bom findi

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  8. Tudo bem que você precisa conviver com toda a sociedade "careta" só acho que não se deve se perder só para se encaixar nela... Algo tem que marcar q você é você, como diria a minha terapeuta!
    Que sejam as unhas verdes... então!

    =D

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  9. Concordo com você quando diz que todo mundo se importa com que os outros pensam. Ao menos com o que algumas pessoas específicas pensam.

    Mas acho que, no caso, a frase "eu não me importo com o que os outros pensam" = "não deixo de fazer o que quero porque os outros não aprovam"

    E isso é válido, muito válido!

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  10. Todo mundo liga,não tem pra onde correr.Ninguém gosta de ser o centro dos olhares alheios,quando é de forma negativa.
    To tentando pintar minha unha de azul-escuro (e olha que nem é azul-céu haha) e não consigo ¬¬.

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  11. Eu me preocupo MUITO com o que as pessoas pensam ao meu respeito. Essa insegurança me atrapalha horrores (às vezes até para escrever aqui no blog)

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  12. Não preciso repetir como SEMPRE me identifico com seus posts né??

    Pois é... eu ainda não parei de pintar o cabelo de colorido e não tirei o piercing da boca. Mas parei de usar minhas meias listradas, me rendi aos "sapatos de mulher" e sempre me preocupo se meu look está "mais para mulher do que para menina".

    Eu adoro minhas roupas de menina, vestido boneca, saias longas e confortável, mas cada ves mais essas roupas que gosto tanto estão encostadas no meu armário. Justo eu que sempre disse que não me importava com a opinião dos outros vou sempre bem vestida, com cabelo e maquiagem impecáveis pra facu, mesmo quando não estou afim.

    As vezes eu penso que estou perdendo minha identidade, já não sei mais como eu quero ser, o que eu gosto realmente ou não... parece coisa de adolescente né? Isso passa não? Não! Já passei dessa fase... simplesmente não passou.

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  13. Zin, quando eu tinha 16 anos eu era igual a você...
    heuihuiehuiehi

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  14. nossa, sem palavras para o post, porque é exatamente o que todo mundo (eu acho que é todo mundo) quer falar mas não tem coragem, não é?
    confesso, me preocupo com o que os outros pensam de mim... mas não teria coragem de usar meias roxas! shuiashi

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  15. Eu uso meias laranjas...
    ._. *cantinho da vergonha*

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  16. Eu pinto o cabelo de azul, não todo, pq estraga, mas pinto.
    Me olham torto e uma vez me trataram bem mal num supermecado, mas tenho meu cabelo azul, MEU.
    E pinto as unhas de VÁRIAS cores bizarras, adoro mais ainda. =D

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