
Muitas das atitudes que as pessoas tem com a gente são um mero reflexo de como elas nos vêem. E isso vem da nossa postura, que compreende nosso tom de voz, nosso jeito de olhar, nossa linguagem corporal, nosso visual etc. Quando conseguimos manter uma boa postura diante dos outros, conseguimos que nos tratem bem. Porém, quando falhamos na postura, o resultado pode ser péssimo. Vou dar um exemplo.
Quando adolescente, eu era patologicamente tímida porque eu me achava tudo de ruim. Por conta disso, eu andava olhando pro chão e encolhida, caracterizando uma postura de inferioridade e fragilidade. O resultado dessa postura é que, sempre que eu saía na rua, algum filhadaputa me sacaneava.
Além de ter ouvido de tudo, cheguei até a apanhar na rua! Uns moleques colegiais, me vendo toda encolhida e tímida, tentando me esconder dentro de um camisetão e uma calça de moleton, só de maldade me deram um puta tabefe na bunda, doeu pra caralho! Filhadaputice total, né? Mas eu poderia dizer que a culpa foi só da canalhice deles e eu não tive nenhuma parcela de culpa? Não poderia. A minha postura estava errada, eu vinha repetindo sistematicamente esse erro e estava sofrendo as consequências.
É claro que, na época, não percebi a coisa com tanta clareza. O que me salvou foi ter parado para pensar que, se aqueles filhasdumasputas passavam perto de outras pessoas sem fazer nada, mas comigo faziam, é porque havia algo em mim que favorecia isso. A partir daí fui tentando mudar aos poucos, até que finalmente (depois de anos) aprendi a andar de cabeça erguida, encarando quem passa. Devido ao meu trauma do tapa, confesso que até exagero e ando pela rua fazendo cara de marrenta que tá pronta pra armar o maior barraco com o primeiro que disser alguma coisa. Depois que assumi essa nova postura, nunca mais mexeram comigo. A situação chegou a se inverter: fdps que gostam de mexer com os outros começaram a passar quietos por mim e escolher outra vítima logo adiante.
Infelizmente, as coisas funcionam assim: se assumirmos uma postura inferior e frágil, as outras pessoas automaticamente assumirão postura de superioridade em relação a nós. É claro que quem tiver bom caráter não vai nos agredir por conta da nossa postura inferior, mas vai querer nos dizer o que fazer e não vai nos escutar.
Se você anda tendo problemas recorrentes com pessoas que não lhe tratam como você merece, pode ser que esteja na hora de mudar a sua postura. Não precisa comprar livros que digam para andar, sentar e gesticular de determinado jeito, nem sair por aí fazendo cara feia (como eu). Basta se treinar a manter na cabeça os pensamentos certos, como “Eu sei que sou inteligente, bonita e independente” (opa, até rimou!) ou “Não me venha com desaforo, que não vou aceitar” e deixar isso transparecer na voz, no corpo, no olhar.
E não tenha medo de afastar os homens ao assumir uma postura mais imponente: só irão se afastar os que se sentirem inferiores a você ou os que estiverem procurando alguém para fazer de trouxa. Com ambos os tipos, você não conseguiria, de qualquer maneira, ter um bom relacionamento, pois o primeiro se ressentiria de você, enquanto o segundo causaria ressentimentos a você. Sendo assim, você não perde nada em afastá-los.
Os homens que estiverem à sua altura e quiserem uma companheira, não um capacho, admirarão sua postura poderosa e irão querer mais ainda ficar ao seu lado.
Por Angelica Jones
Adorei.
ResponderExcluirÉ sempre uma questão de atitude mesmo.
A gente tem que focar no melhor do mundo para receber o melhor.
"Mas eu poderia dizer que a culpa foi só da canalhice deles e eu não tive nenhuma parcela de culpa? Não poderia. A minha postura estava errada, eu vinha repetindo sistematicamente esse erro e estava sofrendo as consequências."
ResponderExcluirDiscordo completamente!!!
Eu participo ativamente sempre que posso de campanhas anti-bullying. E sim, o que você sofreu FOI bullying.
E ninguém, absolutamente NINGUÉM tem o direito de ofender, bater, mal tratar e/ou se aproveitar de outra pessoa por ela ser mais frágil.
Ao contrário, ao detectarmos que alguém não tem uma "postura correta" [seja da coluna ou da maneira que encara a vida] devemos ajudá-la da forma que pudermos e não se aproveitar da situação ou dizer "bem feito, a culpa é sua".
Sim, devemos ter a postura correta. Devemos mostrar que não somos medíocres nem invisíveis. Mas ser tímido ou ter algum problema [físico, mental, psicológico] não é defeito e nem crime!!!
Ninguém, absoltamente NINGUÉM, independente da situação tem o direito de fazer qualquer coisa contra outra, pois isso sim É CRIME! E as pessoa deveriam aprender a denunciar e processar ao invés de se esconder e se sentir culpado pela maldade alheia [ou os responsáveis pela pessoa, no caso de menores].
As pessoas que aprendam a ter respeito: pelas diferenças, pelas culturas, pelas personalidades e assim por diante... Como meu pai costuma dizer, respeito cabe até na casa do diabo!
Desculpem às meninas do CF, mas sim... esse post me irritou!
A gente precisa parar de se achar tão desmerecedora das coisas boas da vida.Dos caras legais. Dos bons trabalhos.
ResponderExcluirTemos a vida e os companheiros que escolhemos. Urgente examinar o prórpio coração!!!
Fantástico o texto! Eu tb tinha essa postura frágil na adolescência, por excesso de timidez. Hoje em dia consegui reverter o quadro e quando me sinto tímida eu ataco com alguma piada, ou gracinha, pra tirar o foco de mim... rs
ResponderExcluirBeijocas
Meu Deus, voce me assustou!
ResponderExcluirEu passei exatamente por isso, eu andava de claça de moletom,tenis e camisetão,eu era super magra e me sentia um lixo!
Ja apanhei de uma pivetinha menor do que eu e de um pivetinho na escola,tudo porque eu era medrosa e me escondia dentro de mim mesma!
Achei seu post ótimo pois hoje eu tenho uma postura bem firme, e não deixo mais ninguem me maltratar ou pisar em mim, não me permito mais essa situação!
Adorei!
Bjk
Ótimo post.
ResponderExcluirAté hoje, aos 23 anos, não consegui assumir uma postura de superioridade. Minha auto-estima geralmente inexiste, e seeeempre fui e sou motivo de chacota por aí. Mas isso me deixa mais cabisbaixa ainda... Não tem o mesmo efeito dos caras que te deram um tapão na bunda (que fdps!)...
Cara. Uns moleques te dão um tapa na bunda e vc acha que a culpa é SUA??
ResponderExcluirPuta m*****!
Então se um cara passa a mão na sua bunda na balada a culpa é SUA também? Você que está com uma postura "errada"? Que não deveria estar ali?
(sem essa de "ah não mas eu não disse que eles não têm culpa"...)
Meus parabéns!!!
ResponderExcluirEste texto explicou como a gente tem que mudar em certas atitudes.
Ótimo texto!
Posso fazer uma confissão aqui?
ResponderExcluirEu sofro de baixa auto-estima. Me identifiquei muito com esse texto.É foda tirar esse pensamento da cabeça de que você não consegue ser melhor que os outros, é sempre inferior... ou q as pessoas estão pouco se fudendo praquilo que você faz.
Mas depois de passsar por algumas filhasdaputagem a gente aprende um pouco... o duro é quando cai de novo na mesmice.... aí é foda
Kisses girls
Já sofri bullying, certa feita comentei aqui sobre... Eram escárnios sobre minha aparência, modo de falar, comportamento. Apenas buscavam o mínimo para me atacar, pois eu realmente era uma criança / pré-adolescente "frágil", tímido demais, "sensível" demais, a culpa era minha por ser assim aos 12, 13?
ResponderExcluirNão. Mas eu precisava ser diferente.
Mas em resumo isso acabou após eu agredir meus algozes com cadeiradas em um surto. :)
Há verdades excelentes nesse texto, em minha opinião.
Nem sempre a pessoa tem discernimento sobre como mudar uma situação em sua vida, mas ela precisa mudar mesmo assim, porque o mundo não é um lugar doce, as pessoas não são lindas... E sim, se você demonstrar ser fraco, vão pisar em você sem dó.
Acredito que nossa postura conte muito em vários âmbitos. Eu sempre tive uma postura mais impetuosa, e por isso diversas vezes me taxaram de metida, arrogante, etc. É difícil achar um equilíbrio, principalmente quando as pessoas se prendem a primeira imagem que tem de você, mas sempre fui assim e sempre tive problemas por isso.
ResponderExcluirPorém, dizer que determinadas coisas aconteceram por culpa sua, por sua atitude, principalmente em casos isolados como o que você citou dos guris, acho que é exagero.
Não devemos deixar que façam o que quiserem conosco, em qualquer situação, mas existem coisas que fogem ao nosso contrário. Dizer que vai de nossa atitude é como sugerir que se te estuprarem foi por um pouco de culpa tua também... melhor tomar cuidado com essas definições.
E existem situações que realmente fogem ao nosso controle, não adianta fazer nada, não temos poder nenhum.
ResponderExcluir[]'s
Quando eu era criança sempre sofria com isso,pela timidez é claro.Hoje posso dizer que encaro as pessoas de frente,e to pronta pra responder qualquer disaforo
ResponderExcluirisso ae \o rs
Entendi o posicionamento da Cris, mas acho que o que a Angélica disse não deve ser levado tão ao pé da letra.
ResponderExcluirÉ claro desrespeitar o próximo é errado! O fato é que vivemos em um mundo de pessoas erradas, e diante disso precisamos no adaptar pra não ser tão vulnerável.
E sim, por mais que os "agressores" sejam errados (claro que são!), também erramos quando nos negamos a nos adaptar com a realidade em que vivemos. Não vivemos na terra de Oz, infelizmente. :(
Também queria dizer que o post de hoje foi ótimo. Eu sempre acesso o corporativismo feminismo mas dificilmente eu comento.
ResponderExcluiré legal ver que tem pessoas que passam pelo mesmo que você, explicam uma situação com palavras que traduzem perfeitamente uma sensação que as vezes você nem sabia explicar!!
Valeu povo do site!! Vocês ajudam a dar uma graça maior no meu dia a dia. Muuuito obrigada.
Adorei o post.
esse post foi fantástico, deu pra entender bem a postura da Angelica.
ResponderExcluirInclusive é o tipo de coisa pra se imprimir e reler sempre que possível. Ninguém aqui está dizendo que cada vez que eu apanho a culpa é minha, mas conforme a situação é porque eu sim me deixo bater e ainda sou burra o bastante para oferecer a outra face.A gente tem que parar de ser idiota, oferecer a outra face o cacete, quanto antes nos levantarmos e mostrarmos que não somos qq coisa pra sermos humilhadas e pisadas, MELHOR. Me fez refletir algumas atitudes.
Heleninha
Refleti bastante sobre essa linha de pensamento e ACREDITO muito sobre tudo que foi descrito.
ResponderExcluirPor exemplo, quando comecei a dirigir, ficava muito retraída. Quando comecei a me impor e não ficar submissa... Ninguém agia com falta de educação para meu lado.
Assim vejo nas relações, quanto mais você baixa a cabeça mais as pessoas acham que tem poder sobre você.
O texto é fantástico e acredito que para quem leu essas linhas com OTIMISMO vai refletir e se encorajar.
Queria agradecer a todos que comentaram. Fiquei feliz mesmo por saber que tanta gente gostou do texto e se identificou com ele.
ResponderExcluirQuanto à questão da culpa, Bel e Heleninha já disseram o principal:
"por mais que os "agressores" sejam errados (claro que são!), também erramos quando nos negamos a nos adaptar com a realidade em que vivemos."
"Ninguém aqui está dizendo que cada vez que eu apanho a culpa é minha, mas conforme a situação é porque eu sim me deixo bater e ainda sou burra o bastante para oferecer a outra face."
Aí vai mais um exemplo (esse é hipotético).
COM CULPA
Suponham que eu resolva encostar meu carro para falar demoradamente no celular, de janela aberta, com a bolsa e a pasta do laptop em cima do banco do carona, usando minhas melhores jóias, tarde da noite, numa rua escura de um bairro violento de uma cidade grande. Um cara que estava passando por ali me vê dando bobeira, lembra-se de que tem um canivete e resolve me assaltar colocando o canivete no meu pescoço pela janela aberta. É claro que o assaltante é culpado, pois não tem o direito de assaltar ninguém e é claro que o governo é culpado, porque não fornece segurança adequada. Mas eu também sou culpada, pois, sabendo que o governo não fornece segurança adequada e assaltos acontecem, eu não deveria andar com a janela do carro aberta, muito menos parar num bairro violento, com objetos de interesse à mostra. EU FIZ TUDO ERRADO, sou culpada porque poderia ter evitado a situação, mas, muito pelo contrário, fiz foi criar a ocasião para o ladrão.
SEM CULPA
Agora suponham que eu esteja chegando em casa de carro, no meio do dia, com vidros fechados e todos os objetos guardados no porta-malas. Assaltantes que estavam muito bem escondidos esperando alguém entrar no prédio encostam uma pistola no vidro do meu carro no curto período de tempo em que tenho que esperar o portão da garagem terminar de abrir. Eu não tinha como evitar, EU FIZ TUDO CERTO, mas não tinha como adivinhar que havia bandidos escondidos, nem podia entrar antes do portão abrir. Nesse caso sim, não sou culpada, a culpa é somente do assaltante e do governo.
Em resumo: quando você podia evitar uma situação ruim, mas não a evita, você tem uma parcela de culpa sobre o ocorrido. Quando você não podia evitar a situação ruim, aí sim, você não tem culpa alguma.
Eu, definitivamente, podia ter evitado o tapa que levei e foi reconhecendo isso que pude evitar levar outros.