
Uma amiga me disse uma coisa uma vez, e hoje vejo que ela estava coberta de razão. Daí que eu estava lembrando disso essa semana e resolvi contar aqui.
Ela me perguntou “Como vai fulano?”, e fui incisiva ao pedir que ela apagasse fulano da memória, ele era passado e um passado que eu fazia questão de fingir que não existiu. Ela brigou comigo, me disse “Nada disso! Se foi bom enquanto durou, então você tem é que fazer questão de lembrar! Nem todo mundo viveu algo bom o suficiente para guardar para sempre.”, obviamente eu quis tanto esquecer tudo que aconteceu porque era o jeito mais fácil de lidar com a perda de algo tão bom. Porque foi exatamente isso que ele e aquele ano representaram para mim: algo muito bom.
Tudo começou na internet, entre uma amenidade e outra descobrimos várias coisas em comum, mais que isso, vários objetivos em comum. A frequência com que nos falávamos aumentou tão rápido que mal percebemos, e, num desses dias de amenidades, disparei: “Acho que estou gostando de você”. Foi o suficiente para que ele se entregasse também.
Ele morava a mais de 700km de distância, mas sabem de uma coisa? Parecia que ele estava sempre ao meu lado! Nós evoluímos, de msn, passamos para sms, ligações diárias etc. Ele sabia tudo sobre mim e parecia adivinhar meus pensamentos. Minha preocupação com ele não era tanta, mas quando eu demonstrava qualquer nível de interesse pelo seu bem-estar, ele prontamente se desmanchava em elogios e pieguices.
Eu já estava em um relacionamento, e, mesmo vendo onde as coisas com o moço da internet (vou chamá-lo assim por aqui) iriam dar, não evitei. Sim, eu sabia onde estava me metendo. Mas também nunca menti para ele, ele sabia que eu tinha um namorado, que eu gostava do meu namorado, que não largaria meu namorado.
Eu até pensei em largar, pensei em largar os dois, pensei em fazer um sorteio secreto do meu coração, pensei em muitas coisas quando me vi apaixonada pelo moço da internet. Aí então descobri que era possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo, ou melhor, conciliar os dois relacionamentos.
Não me culpem, eu era novinha, além do mais, um completava o outro! Juro! O que faltava em um, o outro tinha, de forma que toda vez que eu pensava que aquela situação não era correta, meu coração doía com a hipótese de me desfazer de um deles. Meu namorado da época nem desconfiava. Eu também não me sentia tão culpada assim.
Bom, não demorou muito para que eu desse um jeito de ver o moço da internet. Éramos novinhos, naquela fase onde tudo deve ser devidamente justificado, até mesmo por questões financeiras. Inventei desculpas cabulosas sobre o motivo de ter que fazer uma viagem tão longa (e não foi só uma vez). Eu quis tanto vê-lo na esperança de que quando o conhecesse pessoalmente todo aquele sentimento fosse embora, mas não foi. Quando voltei para casa chorei de saudades.
Foi tudo tão perfeito em todas as vezes que nos encontramos, que, lembrando assim, acho “perfeito” pouco para descrever os momentos com ele. Logo na primeira vez que nos vimos, ele me levou para uma praça – ponto turístico romântico – que tem vista para a cidade inteira e pela noite ficava maravilhosa, e foi lá que ele me deu um beijo, O Beijo, e disse que passaria a vida inteira comigo, que casaria comigo e que não importava por quanto tempo ele teria que me esperar, mas eu seria só dele.
O moço da internet sonhava em me ter só pra ele, seu amor por mim parecia imensurável. Ele não media esforços para me agradar, e uma vez, quando briguei com meu namorado, ele me ouviu atentamente e me acalmou, por mais que isso o machucasse. Todos os dias conversávamos horas sobre como seria nossa viagem a Machu Picchu, sobre Londres – a cidade pela qual dividíamos uma paixão inexplicável, sobre música, sobre como faríamos para nos ver de novo, sobre tudo.
Minha vida estava um caos, eu tinha problemas no trabalho, problemas com a família e problemas de saúde. O moço da internet era tudo o que eu precisava naquele momento: descomplicação.
Eu só fui perceber mais tarde, mas eu não me apaixonei pelo moço da internet, eu me apaixonei pelo seu amor incondicional, pela sua devoção insana, pela sua capacidade de mergulhar de cabeça em algo irrealizável.
Eu tenho certeza que ele faria qualquer coisa por mim, se eu dissesse que queria me mudar, jogar tudo pro alto e viver com ele, ele faria isso se tornar possível, mesmo sendo novo, mesmo sendo dependente.
O término me abalou como qualquer outra perda abalaria, mas o abalou mais ainda. Ele ficou doente, ele ficou depressivo, ele ficou dependente. E eu... eu fiquei triste e mantive distância. O motivo do fim: ele achou que era hora de eu decidir com quem ficar. E, bem, eu fiquei com meu namorado. As coisas com meu namorado não eram tão perfeitas, mas eram reais.
Felicidade cega. Foi o que vivi naquele ano. Eu estava ocupada demais fantasiando para dar atenção à vida real. Com todo aquele papo descontraído ele me fazia bem, e no meio de um turbilhão, era a apenas isso que eu me apegava. Pode parecer que o usei, mas eu fui muito útil a ele também, e a melhor coisa que fiz para ele foi me afastar.
Foi um ano muito bom, era uma paixão juvenil, arrebatadora, descomplicada. O moço da internet vai ficar sempre no meu coração, porque não importa se não o amei de verdade ou se ele foi apenas um analgésico, o que importa é que foi bom enquanto durou. E é assim que relacionamentos devem ser: bons enquanto duram.
Eu faria tudo de novo.
Ela me perguntou “Como vai fulano?”, e fui incisiva ao pedir que ela apagasse fulano da memória, ele era passado e um passado que eu fazia questão de fingir que não existiu. Ela brigou comigo, me disse “Nada disso! Se foi bom enquanto durou, então você tem é que fazer questão de lembrar! Nem todo mundo viveu algo bom o suficiente para guardar para sempre.”, obviamente eu quis tanto esquecer tudo que aconteceu porque era o jeito mais fácil de lidar com a perda de algo tão bom. Porque foi exatamente isso que ele e aquele ano representaram para mim: algo muito bom.
Tudo começou na internet, entre uma amenidade e outra descobrimos várias coisas em comum, mais que isso, vários objetivos em comum. A frequência com que nos falávamos aumentou tão rápido que mal percebemos, e, num desses dias de amenidades, disparei: “Acho que estou gostando de você”. Foi o suficiente para que ele se entregasse também.
Ele morava a mais de 700km de distância, mas sabem de uma coisa? Parecia que ele estava sempre ao meu lado! Nós evoluímos, de msn, passamos para sms, ligações diárias etc. Ele sabia tudo sobre mim e parecia adivinhar meus pensamentos. Minha preocupação com ele não era tanta, mas quando eu demonstrava qualquer nível de interesse pelo seu bem-estar, ele prontamente se desmanchava em elogios e pieguices.
Eu já estava em um relacionamento, e, mesmo vendo onde as coisas com o moço da internet (vou chamá-lo assim por aqui) iriam dar, não evitei. Sim, eu sabia onde estava me metendo. Mas também nunca menti para ele, ele sabia que eu tinha um namorado, que eu gostava do meu namorado, que não largaria meu namorado.
Eu até pensei em largar, pensei em largar os dois, pensei em fazer um sorteio secreto do meu coração, pensei em muitas coisas quando me vi apaixonada pelo moço da internet. Aí então descobri que era possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo, ou melhor, conciliar os dois relacionamentos.
Não me culpem, eu era novinha, além do mais, um completava o outro! Juro! O que faltava em um, o outro tinha, de forma que toda vez que eu pensava que aquela situação não era correta, meu coração doía com a hipótese de me desfazer de um deles. Meu namorado da época nem desconfiava. Eu também não me sentia tão culpada assim.
Bom, não demorou muito para que eu desse um jeito de ver o moço da internet. Éramos novinhos, naquela fase onde tudo deve ser devidamente justificado, até mesmo por questões financeiras. Inventei desculpas cabulosas sobre o motivo de ter que fazer uma viagem tão longa (e não foi só uma vez). Eu quis tanto vê-lo na esperança de que quando o conhecesse pessoalmente todo aquele sentimento fosse embora, mas não foi. Quando voltei para casa chorei de saudades.
Foi tudo tão perfeito em todas as vezes que nos encontramos, que, lembrando assim, acho “perfeito” pouco para descrever os momentos com ele. Logo na primeira vez que nos vimos, ele me levou para uma praça – ponto turístico romântico – que tem vista para a cidade inteira e pela noite ficava maravilhosa, e foi lá que ele me deu um beijo, O Beijo, e disse que passaria a vida inteira comigo, que casaria comigo e que não importava por quanto tempo ele teria que me esperar, mas eu seria só dele.
O moço da internet sonhava em me ter só pra ele, seu amor por mim parecia imensurável. Ele não media esforços para me agradar, e uma vez, quando briguei com meu namorado, ele me ouviu atentamente e me acalmou, por mais que isso o machucasse. Todos os dias conversávamos horas sobre como seria nossa viagem a Machu Picchu, sobre Londres – a cidade pela qual dividíamos uma paixão inexplicável, sobre música, sobre como faríamos para nos ver de novo, sobre tudo.
Minha vida estava um caos, eu tinha problemas no trabalho, problemas com a família e problemas de saúde. O moço da internet era tudo o que eu precisava naquele momento: descomplicação.
Eu só fui perceber mais tarde, mas eu não me apaixonei pelo moço da internet, eu me apaixonei pelo seu amor incondicional, pela sua devoção insana, pela sua capacidade de mergulhar de cabeça em algo irrealizável.
Eu tenho certeza que ele faria qualquer coisa por mim, se eu dissesse que queria me mudar, jogar tudo pro alto e viver com ele, ele faria isso se tornar possível, mesmo sendo novo, mesmo sendo dependente.
O término me abalou como qualquer outra perda abalaria, mas o abalou mais ainda. Ele ficou doente, ele ficou depressivo, ele ficou dependente. E eu... eu fiquei triste e mantive distância. O motivo do fim: ele achou que era hora de eu decidir com quem ficar. E, bem, eu fiquei com meu namorado. As coisas com meu namorado não eram tão perfeitas, mas eram reais.
Felicidade cega. Foi o que vivi naquele ano. Eu estava ocupada demais fantasiando para dar atenção à vida real. Com todo aquele papo descontraído ele me fazia bem, e no meio de um turbilhão, era a apenas isso que eu me apegava. Pode parecer que o usei, mas eu fui muito útil a ele também, e a melhor coisa que fiz para ele foi me afastar.
Foi um ano muito bom, era uma paixão juvenil, arrebatadora, descomplicada. O moço da internet vai ficar sempre no meu coração, porque não importa se não o amei de verdade ou se ele foi apenas um analgésico, o que importa é que foi bom enquanto durou. E é assim que relacionamentos devem ser: bons enquanto duram.
Eu faria tudo de novo.
Não sei porque, mas sinto que conheço a Ivete...
ResponderExcluirConcordo com sua amiga, o importante é que foi bom enquanto durou. A vida é feita de momentos :)
ResponderExcluir:D Obrigada por salvar essa blogueira sem criatividade pra escrever uma vírgula hoje.
"que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".
ResponderExcluirEsses moço's da internet, =~
ResponderExcluirEsses moços da internet, =~ [2]
ResponderExcluirAhhh todo mundo devia ter um moço da internet...
ResponderExcluirEu tambem queria uma moço da internet ;(
ResponderExcluirLinda a História *-*
Candidato a moço da internet, inscrições aqui...]
ResponderExcluirNossa, levei um susto ao começar a ler este post. Pois de cara percebi que parece uma mistura e um resumo de todos os meus fracassos. É como se tivessem pego tudo, colocado num liquidificador e feito uma história única alternativa.
ResponderExcluirEu hein!!!
Até a foto desse post me é traumática!
Ah, AMEI esse layout novo... e amei os comentários ficarem embaixo do post. Fica mais fácil pra ler e comentar.
Bjos
Cris
Esses moço's da internet, =~[3]
ResponderExcluiracho que estou passando pela mesma coisa =/
Tive um moço da internet..mas ao oposto da história, ao nos vermos a coisa foi diferente.
ResponderExcluirMesmo assim,foi bacana relembrar a história.
Belo post...
E acompanhando os comentários, amei o novo layout..parabéns!!
Beijinhos...
Tive um moço da internet que virou moço de verdade e agora é um ex que eu preferiria que tivesse morrido antes de virar real.
ResponderExcluirFoi bom, mas não valeu a pena. Nem um pouco.
Tive/tenho um moço da internet... Acho que eu complico tudo e é triste. Talvez, por ainda não ter namorado (no real) isso tudo consome minhas energias e a cada dia que passa vejo que meu esforço é pequeno, e quatro anos se passaram, pra 'morrer na água'. )':
ResponderExcluirnunca tive um moço de internet assim rsrsrs
ResponderExcluirmas a historia foi bonita, valeu
bjoks
Nossa... Essa história me é familiar... Não com todos os detalhes, mas existindo um moço da internet... Ah...
ResponderExcluir"Eu estava ocupada demais fantasiando para dar atenção à vida real. Com todo aquele papo descontraído ele me fazia bem, e no meio de um turbilhão, era a apenas isso que eu me apegava.."
Acho que tenho um moço da internet...fiz de tudo pra nao gostar dele mas me conquistou de uma tal forma de todo meu esforço foi inutil...e pra piorar tudo, ele ainda é italiano...longe, longe, longe :(:(
ResponderExcluirFernanda
Concordo com o pensamento. Se fosse pra esquecer de todos os relacionamentos depois que acabarem só pq nos fizeram sofrer, não valeria à pena nem começar um, porque, infelizmente, a maioria deles termina, sempre termina. Mas assim como nos fizeram sofrer, também nos fizeram felizes, e isso sim vale à pena ser lembrado.
ResponderExcluirNo momento acho que tenho um moço da internet [não tão romântico, haha], mas acho que to gostando dele. E parece-me que a "ficção" vai virar realidade, pois daqui a um mês me mudo pra cidade dele.
"Minha vida estava um caos, eu tinha problemas no trabalho, problemas com a família e problemas de saúde. O moço da internet era tudo o que eu precisava naquele momento: descomplicação."
Tenho um moço da internet, e ele é bem real.
ResponderExcluiradorei sua história, o bom é que não houve arrependimento, não é!? :*
ResponderExcluirPq moços da internet não morrem logo de uma vez?
ResponderExcluirbrinksss =))))
Mas é sempre bom a gente se livrar desse tipo de armadilha...
tenho um namorado, e gosto muitíssimo dele.. as coisas não são lindas o tempo todo, mas a maior parte do tempo as coisas são perfeitas!
ResponderExcluirtudo bem, sou nova mesmo, mas faz um ano e dois meses que estamos juntos, evoluindo e tudo mais..
tenho pavor de gente que vem me falar que não é pra sempre.. não porque não vai ser mesmo, mas porque quando tu estás junto de alguém, aproveitando tudo aquilo.. tu queres mesmo que seja pra sempre, é gostoso fantasiar também. Adoreiii o texto e eu já tive uma paixonite de internet, mas eu não consegui ver o moço...
beijos
ACHO que se apaixonar faz bem, mesmo que depois eu ME TORTURE por ter desperdicado tanto tempo!!!
ResponderExcluirBela historia!
Sem exagero: chorei. Chorei porque eu tive um moço da internet, primeiro beijo, primeiro amor, primeiro namorado, primeiro muita coisa... inclusive primeira decepção. E acho que a maior causa dessa decepção foi o fato de eu (como você) ter me apegado mais ao que eu sentia por ele e ao que ele me fazia sentir do que ao moço em questão.
ResponderExcluirMas no meu caso foi diferente: ele terminou, eu fiquei estressada, deprimida, doente e problemática. Mas passou. E quando acabou eu não conseguia lembrar nem dos momentos bons, muito menos dos ruins, justamente pelo mesmo motivo que você mencionou. Queria esquecer, fingir que ele sumiu, morreu, ou qualquer coisa assim.
Hoje consigo lembrar com carinho dos momentos bons e sem raiva ou mágoa dos ruins. Isso é que vale, a gente olhar pra trás e dizer: faria tudo de novo.
Ah, antes que isso vire um post novo de tão grande (foi mal, mas não deu ^^): eu agora tenho um moço que não é da internet e tudo é felicidade!! Bjos, parabéns pelo blog. Sempre leio, mas nunca comento, só que esse post eu não poderia ler sem deixar minha opinião. ")
Esses moços da internet, =~ [4]
ResponderExcluirJá gostei de um e estou gostando de outro...
Não conheci pessoalmente o primeiro, felizmente, mas estou querendo conhecer o segundo... hehehe
Meu namorado é um mocinho da net. Quer dizer, hoje ele é mais real do que nunca =)
ResponderExcluirMeu namorado é um mocinho da net. Quer dizer, hoje ele é mais real do que nunca =) [2]
ResponderExcluira mesma história aconteceu comigo
eu ficava com um cara
e o meu 'moço da internet' era o melhor amigo dele
sabe, não era nada sério
começamos a conversar, e as conversas foram aumentando sem a gente nem perceber
tudo muito igual
ele veio pra cá, a gente ficou uma vez
voltou, ficamos de novo
e na terceira vez que ele veio pra cá
me pediu em namoro *-*
enfim, é uma história longa e engraçada
e dia 17 completamos 7 meses de namoro
Contando a minha história? Ao menos parece, cheguei a me assustar...
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