
Aqui em casa já tivemos várias e, no fim, acabamos nos decepcionando com elas, o desfecho é sempre o mesmo.
Primeiro tivemos a Irisnete*. Irisnete trabalhou conosco por quase 4 anos e era muito querida, mas caiu na bobagem de afanar pequenas coisas, acho que ela acreditava que nós não iríamos perceber, não vejo outra explicação. Um pouco de leite em pó daqui, uns kgs de carne dali e assim foi. No começo minha mãe achava que ela fazia isso por necessidade (INGÊNUA!!!!) e, não a demitiu. Pelo contrário, passou a dar todo mês uma cesta básica para ela, para ajudar a coitada (INGÊNUA DE NOVO!!!!), mas, ainda assim ela não parou de nos furtar. Necessidade? Cleptomaníaca, isso sim!
Depois da Irisnete, veio a Cleosvalda*, que não era ladra nem nada, muito pelo contrário, era muito honesta, mas tinha outro defeitão: gostava de nos gritar! Não podíamos reclamar de nada, que lá vinha a Cleosvalda dar uma de histérica. Certa feita, caí na besteira de perguntar se determinada blusa minha estava para ser engomada ou se ela ainda ia lavar. Lá vem a Cleosvalda: POR QUE VOCÊ TÁ ME PERGUNTANDO POR ESSA BLUSA? VOCÊ ACHA QUE EU ROUBEI? NÃO ROUBEI, NÃO, VIU? VOU PROCURAR E VOCÊ VAI VER QUE EU NÃO FIZ ISSO. Calma, Cleosvalda, calma! Eu não desconfiei de você, nunca mesmo. Sei que você não vai ler isso, mas fui sincera: Eu só queria usar a minha blusa, de verdade!
Após a Cleosvalda, tivemos a Jucineide*, essa foi a mais braba das decepções. Jucineide é esposa de um dos empregados do meu pai, veio trabalhar aqui após a saída da Cleosvalda e era muito querida por todos nós. Aqui em casa não tem isso de discriminar quem trabalha conosco, muito pelo contrário. Tenho uma irmã de 2 anos e, toda vez que minha mãe saia e trazia um brinquedo para ela, também trazia um para o filho da Jucinete. Então, Jucinete era de nossa total confiança... até este Sábado.
O marido dela (que trabalha para meu pai, como já explicado), avisou que era aniversário dele e que adoraria que a nossa família fosse. A Jucinete passou o dia avisando que ia ter que sair mais cedo, porque ia ter que confeitar um bolo para o marido e por aí vai.
O fim da história? Meus pais foram no tal aniversário e era um churrasco, não tinha bolo nenhum, a Jucinete ficou tão morta de vergonha pelo fato de meus pais terem aparecido, que disse que ia ter que sair e não voltou mais. MENTIRA TEM PERNA CURTA, VIU, JUJU (JUMENTA!).
Fim da história: a Juju tá com tanta vergonha que nem apareceu aqui em casa hoje. Minha mãe diz que, mesmo que ela tivesse vindo trabalhar normal, seria demitida. DU-VI-DO, viu?
De verdade? Acho ótimo que essas coisas aconteçam, o pessoal aqui tem que aprender que cada macaco tem seu galho. Não acho que temos que tratar as pessoas que trabalham conosco mal, no entanto, há uma linha tênue entre tratar bem e dar liberdade. E minha mãe tem esse defeito, ela acolhe como se da família fosse. Se vinha alguma amiga minha aqui vender pratas e etc., minha mãe chamava a Jucinete e dizia: ESCOLHA ALGO PRA VOCÊ! Eu fico passada com esse tipo de coisa, me dá uma raiva imensa ver o povo aqui sendo besta e levar patada em troca.
Ahhhh se toda patroa fosse como minha mãe, aposto que tinha gente deixando de cursar a Universidade para ser empregada doméstica. Pratas na faixa? Tô dentro! Meu filho adoeceu e não tenho como comprar um aparelho de nebulização para ele? Deixa que a patroa bobinha paga!
Como eu disse no início do texto, é mais fácil ganhar na mega sena ou encontrar um pote de ouro no fim do arco-íris do que conseguir uma empregada doméstica decente para trabalhar na sua casa.
*Os nomes das distintas senhoras foram trocados para preservar a identidade das mesmas.
Follow me: http://twitter.com/analiamaia
Para me falar mal da sua empregada doméstica ou dizer QUE AINDA EXISTE SALVAÇÃO e que a sua empregada é muito DECENTE: analia@corporativismofeminino.com